Brasília

  – O ministro do Trabalho, Jaques Wagner, deixou para a próxima semana qualquer decisão sobre cortes nos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) destinados aos programas de qualificação profissional. O tema será discutido junto com cortes no orçamento do ministério.

A grande preocupação do ministro é conseguir dinheiro para o lançamento do programa primeiro emprego, uma das bandeiras de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele será apresentado ao presidente e ao ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, em breve e Wagner não quer correr o risco de ficar sem recursos para tocar o projeto.

Por isso, antes de decidir sobre cortes prejudiciais a iniciativas que podem ser úteis na campanha do governo, o ministro pediu aos técnicos do Ministério que façam um diagnóstico dos recursos que, direta ou indiretamente, são usados nos programas.

Empresários

O empresariado, por exemplo, financia instituições como Sesi, Sesc e Senai que também trabalham com qualificação profissional e podem ajudar na campanha do primeiro emprego. Recentemente, os empresários se dispuseram a colaborar com os programas do governo, direcionando os projetos dessas instituições privadas para o foco determinado pelo governo.

Segundo assessores do ministro, ele não quer prejudicar programas em andamento e, por isso, achou melhor fazer uma avaliação mais detalhada. Diante da restrição orçamentária imposta pelo governo ao elevar o esforço fiscal para este ano, o ministro do Trabalho acredita que será possível usar a criatividade remanejando recursos para conseguir fontes de financiamento para o programa primeiro emprego.

Conselho

Os cortes no orçamento do ministério e do FAT serão discutidos novamente na próxima reunião do Conselho Gestor do Ministério do Trabalho que deverá ocorrer em meados da semana que vem. Essa será a segunda reunião do Conselho, formado pelo ministro do Trabalho, além da secretária-executiva do ministério Sandra Starling, todos assessores especiais e chefes de departamento.

Centrais

Há uma forte pressão das centrais sindicais que, assim como as secretarias estaduais de trabalho, recebem os recursos do FAT para treinar trabalhadores desempregados e tentar recolocá-los no mercado. Eles alegam que o governo irá restringir a prestação de um serviço essencial num momento delicado, em que a economia está com baixo crescimento e aumento do desemprego.

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