Ministério ganha verba, mas pesca fica estagnada

Em sete anos de existência, a pasta da Pesca cresceu 73 vezes. As verbas destinadas às políticas do setor passaram de R$ 11 milhões em 2003 para R$ 803 milhões este ano. O que era uma secretaria foi transformado em ministério no ano passado, e já foi realizado um concurso, após o qual foram contratadas 100 pessoas, mais 150 temporários.

Se o dinheiro e os funcionários foram multiplicados, o mesmo não se pode afirmar em relação aos peixes, que são a razão de ser de toda essa estrutura. A produção, que era de 990 mil toneladas no início do primeiro governo Lula, praticamente não saiu do lugar. Ficou em 1,07 milhão até 2007, número mais recente. Estima-se que em 2009 a produção tenha chegado à casa de 1,3 milhão de tonelada. O dado oficial sai na próxima semana.

A produção de pescados avança num ritmo lento, se for considerada a projeção da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), pela qual o Brasil precisaria atingir a marca de produção de 20 milhões de toneladas de pescados por ano até 2030 para não faltarem peixes para o consumo mundial. Se a meta da FAO fosse atingida, o mercado pesqueiro movimentaria US$ 100 bilhões por ano e seriam criados 10 milhões de empregos.

No entanto, no que depender do Brasil, o mundo vai ter de comer menos pescados. “O crescimento que esperamos, dentro das condições que a gente tem, não vai alcançar a projeção da FAO, mas vai fazer com que o Brasil se torne um dos grandes produtores de pescado a nível mundial”, afirmou o secretário executivo do Ministério da Pesca, Cleberson Zavaski. A projeção é que, em 2023, estaremos produzindo algo como 6 ou 7 milhões de toneladas. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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