Ministério descarta estatização de refinarias

São Paulo (das agências) – Para o secretário de Petróleo e Gás do MME (Ministério de Minas e Energia), João José de Nara Souto, ?não há riscos de estatização? das duas refinarias da Petrobras em solo boliviano apesar dos discursos inflamados de autoridades cocaleiras nesse sentido. Segundo ele, que participou ontem do Seminário Mercado de Gás em São Paulo, a nacionalização das propriedades da Petrobras na Bolívia não interessa ao governo de Evo Morales por uma razão: qualquer medida brusca afastaria investidores estrangeiros.

?O governo boliviano não tem interesse em desacelerar investimentos na Bolívia?, disse João José. Para ele, o governo boliviano não tem como dar continuidade, sobretudo, aos investimentos em transportes e seria diretamente prejudicado sem o dinheiro de estrangeiros no país.

Para o diretor da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia), Paulo Ludmer, os investidores estrangeiros já sofrem os efeitos da crise de confiança boliviana desde a aprovação da Lei dos Hidrocarbonetos no ano passado. A lei elevou a tributação sobre o petróleo e o gás de 18% para 50%, o que gerou o descontentamento de petroleiras instaladas no país.

?Tivemos só por este ato uma crise de confiança em todos os investimentos da região. Ninguém quer entrar com um investimento que com uma canetada é afetado.?

Atualmente, a Petrobras importa cerca de 26 milhões de metros cúbicos de gás natural, segundo Souto. Já o consumo nacional é de cerca de 38 milhões de metros cúbicos por dia.

Souto não quis comentar a afirmação do novo presidente interino da YPFB (estatal boliviana de energia), Jorge Alvarado, que disse na semana passada que o governo boliviano suspendeu a assinatura de novos contratos de exportação de gás com Brasil e Argentina até ter novos preços de venda do insumo.

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