Mínimo vai injetar R$ 1 bilhão na economia do Estado

O valor do novo salário mínimo nacional deverá injetar cerca de R$ 1 bilhão na economia paranaense. A estimativa é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Em todo o País, o ingresso de recursos deverá chegar a R$ 21 bilhões. O aumento, anunciado pelo governo federal na última quarta-feira, é de 8,5%, o que significa que o valor atual de R$ 380 passará para R$ 412,40. O novo salário vale a partir de amanhã.

Segundo o Dieese, as categorias mais beneficiadas com o aumento são os trabalhadores formais que recebem até um salário mínimo e meio (cerca de 690 mil pessoas no Paraná), os informais que ganham até dois salários (pelo menos 619 mil), além dos trabalhadores domésticos (aproximadamente 370 mil). Os aposentados também fazem parte dessa fatia: em todo o Paraná são aproximadamente 1 milhão deles e, no País, o número chega a cerca de 13 milhões. Para os pesquisadores e economistas, o aumento no salário traz mais vantagens do que desvantagens, tanto para os beneficiados como para a economia do País.

Na opinião do economista do Dieese, Cid Cordeiro, com o salário mais alto as pessoas passam a consumir mais, o que assegura o crescimento da economia. ?Algumas análises chegaram a dizer que o aumento do salário mínimo faria pressão nas contas públicas dos municípios, aumentaria o déficit da Previdência, entre outros pontos negativos, mas nada disso se confirmou até agora?, comentou.

O pesquisador do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Eron Maranho, lembrou que a principal vantagem do aumento do salário mínimo é o ganho real de salário que o trabalhador terá, que pode chegar a 4 pontos percentuais, uma vez que o reajuste ficou acima do valor da inflação do período (em torno de 4,5%). Ele compartilha da opinião do economista do Dieese. ?Aumento no salário significa mais recursos no mercado, mais consumo e, conseqüentemente, mais produção e mais emprego?, salientou. O Ipardes ainda está avaliando o impacto que o novo salário mínimo poderá trazer à economia paranaense.

O aumento de 8,5% é resultado de um acordo feito no ano passado entre o governo e as centrais sindicais. O salário mínimo é reajustado com base na inflação, mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2006. A variação do PIB em 2006 foi de 3,75% e a inflação estimada de abril de 2007 a fevereiro de 2008 é de 4,61. O acordo com o governo prevê ainda que, ano a ano, o reajuste do salário seja feito um mês antes da data base. Este ano, o reajuste vale já a partir de março; no ano que vem, valerá em fevereiro. Como a pauta do Senado Federal está trancada por medidas provisórias, o Palácio do Planalto deve editar uma outra medida provisória garantindo o reajuste.

Mínimo regional pode ser maior

Os trabalhadores paranaenses que recebem o salário mínimo regional (que varia de R$ 462 a R$ 475,20) poderão comemorar nos próximos dias. Depois do anúncio do governo federal de reajustar o salário mínimo nacional em 8,5%, a Secretaria Estadual de Trabalho, Emprego e Promoção Social confirmou ontem que no Paraná o valor do acréscimo poderá ser ainda maior.

Ainda não se sabe quanto, mas o secretário da pasta, Nélson Garcia, tem a intenção de que o reajuste regional ultrapasse o nacional.

Ele informou que uma reunião que estava agendada com o governador Roberto Requião para os dias 12 ou 13 de março para discutir o assunto já foi antecipada para a próxima quarta-feira. ?Nós vamos discutir o assunto ainda, mas pode ter certeza que vamos fazer de tudo para que o valor seja superior a 8,5%. Se chegarmos a um consenso, quem sabe teremos o valor do novo mínimo regional já na quarta-feira?, afirmou.

Caso o Estado aplique em maio o reajuste de 8,5% no mínimo regional, o mínimo no Paraná passará a variar de R$ 501,27 a R$ 519,59. O piso regional não se aplica aos empregados que têm piso salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo e aos servidores públicos municipais. Definido o novo reajuste, o assunto vai para a Assembléia Legislativa para ser votado. Na reunião, além do governador e do secretário, também deverão estar presentes representantes do Ipardes.

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