Mínimo injeta R$ 15 bilhões no mercado

Foto: Arquivo

Lula: recuperação.

São Paulo – Às vésperas do Dia do Trabalho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou ontem em sua entrevista semanal no programa de rádio ?Café com o Presidente?, a recuperação do valor do salário mínimo no País, atualmente de R$ 380. ?É importante comparar o que ele poderia comprar de cesta básica em janeiro de 2003 e o que ele pode comprar hoje. Ou seja, praticamente dobrou o poder aquisitivo do salário mínimo no Brasil?, disse, acrescentando que o novo mínimo em vigor no País representa cerca de R$ 15 bilhões a mais no mercado.

 ?É dinheiro que está circulando, gente que está consumindo. Quando há consumo, as lojas encomendam mais na fábrica, as fábricas produzem mais, geram mais empregos. Eu acho que todo mundo ganha mais com isso?, comemorou o presidente.

?Estamos reajustando o salário mínimo sempre acima da inflação, para que a gente possa ter um poder de compra que permita um cidadão, que ganhou o salário mínimo, cuidar de si e da sua família?, destacou o presidente. Entretanto, ele admitiu que o valor do mínimo ainda é baixo e exortou os próximos governantes a darem continuidade à atual política de recuperação do salário mínimo. ?Eu penso que qualquer governo que vier depois de nós, ele vai ter que dar seqüência a essa política de recuperação do salário mínimo, porque significa distribuir renda, significa melhorar a vida das pessoas mais pobres deste país?, argumentou.

Nesse sentido, Lula manifestou seu apoio ao projeto de lei que propõe o reajuste do salário mínimo de acordo com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). ?Está no Congresso Nacional uma proposta do governo que não é do governo, é uma proposta acordada com todas as centrais sindicais, de garantir, durante os anos de 2008 a 2011, que a gente dê ao salário mínimo não apenas o reajuste da inflação, mas também a gente dê uma variação do crescimento do PIB, ou seja, o crescimento da economia?, explicou. Lula comentou que, se a proposta for aprovada, poderão ser alcançados ?os melhores valores do salário mínimo da história desse país?.

O presidente também destacou o aumento real dos demais salários. ?É importante lembrar que nos acordos salariais que os sindicatos têm feito neste ano e no ano de 2006, 86% dos trabalhadores ganharam aumento real de salário, ou seja, significa que além da inflação, eles tiveram um ganho no seu poder aquisitivo. E 96% tiveram, no mínimo, a inflação?, disse.

Depois de manifestar a certeza de que ?o 1.º de maio de 2008 será melhor do que o 1.º de maio de 2007?, o presidente disse que depois de uma estagnação de 20 anos na geração de empregos, o Brasil vive um novo ciclo. ?O número mais positivo é o número do mês de março, em que a gente bateu o recorde na geração de emprego com carteira assinada, ou seja, foi 91% maior do que foi em março de 2006?.

O presidente ressaltou que esse foi o melhor número desde a existência do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e manifestou estar bastante otimista. ?A nossa expectativa é de que, com o crescimento da economia, e todos os números indicam que a economia brasileira vai continuar crescendo de forma mais vigorosa nos próximos anos, e com a implantação do programa de aceleração da economia e também com a desoneração, ou seja, com a isenção de impostos que nós fizemos para material de construção civil e para a própria construção civil, nós temos aí um potencial extraordinário de geração de empregos no Brasil?, afirmou.

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