O descompasso entre a execução de obras de saneamento básico e o boom de construção de casas populares pode atrapalhar a segunda fase do Programa Minha Casa, Minha Vida, que será anunciado amanhã. A previsão é de que sejam construídas mais de 2 milhões de moradias no Minha Casa 2.
A forte demanda por áreas saneadas – tanto pelo governo quanto pela iniciativa privada – faz com que o custo do terreno para a construção de unidades habitacionais aumente, exigindo recursos públicos adicionais. “A falta de áreas saneadas impacta no preço do terreno utilizado para a moradia popular. Temos uma dívida muito grande em termos de saneamento”, afirmou o vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias de Caixa, Wellington Moreira Franco.
Essa já é uma dificuldade verificada na primeira etapa do Minha Casa, Minha Vida, que visa à construção de 1 milhão de casas para famílias com renda entre zero e 10 salários mínimos. Nas grandes cidades, o programa não consegue deslanchar por causa do elevado preço dos terrenos.
Durante anos não se aplicou em saneamento e agora, apesar das grandes cifras anunciadas, o investimento é insuficiente para resolver o gargalo. “Uma das razões é a falta de capacidade de endividamento das empresas. Noventa por cento dos serviços de água e esgoto são oferecidos pelos Estados”, explicou Moreira Franco.