O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse esta tarde que nenhum índio será deslocado do local onde mora por conta da obra da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). Minc anunciou hoje a liberação, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da licença prévia do projeto, o que habilita o Ministério de Minas e Energia a fazer o leilão de concessão da usina. Segundo Minc, os efeitos para as comunidade indígenas serão indiretos e relativos, por exemplo, à redução da vazão de água em alguns pontos do rio.

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O diretor de Licenciamento do Ibama, Pedro Bignelli, ressaltou que, até por não haver efeitos diretos sobre os índios, não há ações diretas relativas aos indígenas. Mas ele citou pelo menos duas condicionantes que evitam prejuízos para os índios. Uma delas é a de que o empreendedor deverá manter a navegabilidade no rio Xingu mesmo durante a construção da usina. Pequenas embarcações são usadas pelos índios na região como meio de transporte. Entre as condições estão cuidados para preservar populações de tartarugas do rio. Um dos principais alimentos consumidos pelos indígenas é o ovo de tartaruga.

Ao falar sobre a polêmica que envolve a usina de Belo Monte, Minc afirmou que “não vai haver desastre ambiental na obra”. “Se houvesse possibilidade de desastre ambiental, essa licença não seria dada, pelo menos, na minha gestão”, disse. O ministro voltou a dizer que o processo que antecede a licença ambiental é sempre marcado por pressões. “Cada hidrelétrica é uma guerra. O governo quer todas e os ambientalistas não querem nenhuma”, disse Minc, acrescentando que a maioria delas vai parar na Justiça. O Ibama e o Ministério do Meio Ambiente calculam que um total de 12 mil pessoas terão que ser deslocadas por conta da obra.

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