Em função dos problemas climáticos, a área de plantio da segunda safra de milho do Paraná foi novamente reavaliada pelo Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura. A estimativa é de que seja plantado 1,13 milhão de hectares, o que representa uma redução de 320 mil hectares em relação à previsão inicial, de 1,45 milhão de hectares. Essa área é 17% inferior à plantada no ano passado, segundo a engenheira agrônoma do Deral, Vera Zardo.
O plantio do milho safrinha ainda não está concluído. Restam 6% da área a ser semeada, o que significa 67,8 mil hectares. Os agricultores ainda estão plantando nas regiões de Cornélio Procópio, Ivaiporã, Jacarezinho, Maringá e Paranavaí. Se não chover nos próximos dias nessas regiões, nova reavaliação de área terá que ser realizada.
As lavouras estão classificadas, de acordo com o desenvolvimento, da seguinte maneira: 16% ruins, 30% regulares e 54% boas. Cerca de 10% encontram-se em fase de germinação, 75% em desenvolvimento vegetativo, 11% em floração, 3% em frutificação, e 1% em maturação.
O Deral analisou a situação das lavouras nas principais regiões produtoras. Essas regiões representam 85% da área do safrinha.
Em Toledo, onde se concentra 20,7% da área cultivada com milho no Paraná, as condições climáticas foram desfavoráveis para a implantação das lavouras. O custo de produção elevado e o clima ruim levaram os produtores a reduzir o nível tecnológico, o que comprometerá a produtividade.
A Secretaria da Agricultura avalia que 80% das lavouras foram semeadas fora da época ideal. A estimativa atual de área é de 233.626 hectares, 26% inferior à projeção inicial de 315.350 hectares.
Na região de Cascavel (responsável por 12,3% da produção) a estimativa inicial era de um plantio de 240.600 hectares, sendo reavaliada para 139.540 hectares. Nos municípios próximos ao lago de Itaipu, que representam aproximadamente 60% da área da região, independente da época de plantio, as lavouras estão apresentando um desenvolvimento muito ruim, devido à escassez de chuva. Já nos municípios próximos a Cascavel, a situação das lavouras é melhor, e a produtividade não está afetada.
As condições climáticas também têm sido desfavoráveis para o milho da região de Maringá, onde se concentra 13,3% da produção. A área inicialmente estimada em 180 mil hectares foi reavaliada para 150. mil. Aproximadamente 80% das lavouras foram plantadas.
Em Londrina a previsão de área plantada é de 101.892 hectares contra uma estimativa inicial de 107 mil. As lavouras plantadas mais cedo (20% da área) foram prejudicadas pela estiagem, mas o Deral acredita que com as últimas chuvas essas lavouras se recuperem. O problema maior na região, que corresponde a 9% do plantio do Estado, é o intenso ataque de lagartas do cartucho, com difícil controle.
A previsão de produção do milho safrinha, em todo o Estado, é de 4.016.887 toneladas .