Micros pedem mais atenção do governo

As micro e pequenas e empresas brasileiras – com até cem empregados – responderam, nos últimos cinco anos, por 96% dos empregos gerados no País. Os dois setores representam 98% de todos os estabelecimentos instalados no Brasil. Apesar dos números serem representativos, falta atenção por parte dos organismos públicos para incrementar e desenvolver o segmento.

Quem afirma é o presidente do Movimento Nacional de Micro e Pequena Empresa (Monampe), Ercílio Santinoni, entidade que promoveu ontem em Curitiba o I Encontro de Micro e Pequena Empresa do Mercosul. Participaram do evento representantes de 25 estados brasileiros, além de entidades da Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai. Segundo Santinoni, o governo federal não fez nada para estimular a expansão do setor, e ele entende que somente com um trabalho de parcerias com entidades de classe será possível obter conquistas tantos para as empresas, como para a economia do País. O presidente da Monampe acredita que só a mudança tributária não será suficiente para aumentar as exportações. Ele defende alteração na lei do Simples, com benefício fiscal para as empresas que exportarem.

Hoje apenas 12,4% das micro e pequenas empresas enviam seus produtos para outros países, mas ainda está longe de alcançar os índices de países desenvolvidos, onde as exportações desses setores atingem 50%. O diretor superintendente do Sebrae Paraná e presidente de Associação Brasileira dos Sebraes Estaduais, Hélio Cadore afirma que o novo governo deverá investir mais em cooperação e créditos para as entidades, assim como diminuir tributos e desburocratizar os sistemas. “Não é só com a expansão da economia que o Brasil vai resolver os problemas de desemprego e exclusão social. É preciso dar condições para abrir novas pequenas empresas”, disse Cadore. Ele defendeu também a necessidade de desenvolver uma cultura de exportações para o setor, até mesmo fugindo de vias tradicionais. Ele cita como exemplo o turismo como uma atividade de exportação. “É uma forma de internacionalização do dólar, que hoje são atividades que movem países como Espanha e Itália”, finalizou.

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