O faturamento real das micro e pequenas empresas (MPEs) paulistas em março caiu 5,3% em relação ao mesmo mês de 2013. A receita total das MPEs em março foi R$ 45,6 bilhões. Os dados são da pesquisa Indicadores Sebrae-SP, que entrevistou 2.716 proprietários de micro e pequenas empresas no Estado de São Paulo.
“O menor número de dias úteis de março, por conta do carnaval, diminuiu as oportunidades de vendas, prejudicando o faturamento”, afirma o diretor-superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-SP), Bruno Caetano.
O faturamento do comércio registrou recuo de 10,9% na comparação entre março de 2014 e o mesmo mês do ano anterior, enquanto a receita da indústria caiu 4,6%. O setor de serviços teve desempenho um pouco melhor, com crescimento 0,9%.
A última vez em que o faturamento havia caído na comparação anual foi em dezembro de 2013, quando registrou diminuição 1,3% nas receitas se comparado a dezembro de 2012.
No primeiro trimestre do ano, as MPEs apresentaram aumento de 5,3% na receita real ante o mesmo período de 2013, de acordo com a pesquisa. As receitas subiram em todos os setores. Os serviços lideraram, com 5,8%. Em seguida, o comércio, com 5,6%. A indústria teve desempenho mais modesto, com aumento de 1,6% no faturamento. “O setor ainda enfrenta problemas de competitividade. Por isso, a dificuldade de apresentar resultados”, diz Caetano.
Também no primeiro trimestre, houve um aumento de 1,8% no total de pessoas ocupadas nas MPEs ante igual período do ano passado. A folha de salários cresceu 2%, mas o rendimento real dos empregados caiu 1,2%.
O número de empresários que esperam piora na economia do País nos próximos seis meses chegou a 26% em abril, o maior pessimismo desde o início da pesquisa, em maio de 2005. Este índice era de 13% em abril do ano passado. Para 48% dos empresários, a economia brasileira se manterá estável nos próximos seis meses. No mesmo mês de 2013, essa era a opinião de 56%. Um grupo de 19% fala em melhora ante 23% em abril de 2013.
“Pesam nesse cenário o menor aumento real do salário mínimo ante os anos anteriores, a inflação relativamente elevada e a alta do custo do crédito”, explica o diretor-superintendente do Sebrae-SP.