O diretor regional da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq-MG), Marcelo Veneroso, disse que a indústria mineira de máquinas e equipamentos pode ter uma queda mais acentuada em faturamento do que a média nacional. A entidade prevê uma retração de faturamento de cerca de 5% no Brasil neste ano ante 2014 e o recuo em Minas Gerais pode chegar a 7%.

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De acordo com a Abimaq-MG, com base nos dados divulgados pela Federação das Indústrias do Estado (Fiemg), no primeiro trimestre ante o mesmo período de 2014 o faturamento do setor em Minas acumula queda de 51,83%. Em março ante o mesmo mês do ano passado, o recuo é de 53,19%, mas ante fevereiro houve alta de 8,74%. “A tendência é de queda, pode haver melhoras pontuais, mas é fora da curva”, declarou Veneroso, em coletiva de imprensa.

“O perfil dos principais clientes das indústrias em Minas – siderurgia e mineração e óleo e gás – já contribui naturalmente para uma queda. O problema agora é que o setor agrícola, que estava bem, também está com dificuldades”, completou. Ele comentou que este semana teve uma reunião com uma grande fabricante de máquinas agrícolas que lhe disse que, em edições anteriores da Agrishow angariava 120 pedidos e neste ano foram somente 30.

Veneroso salientou que o pessimismo para o desempenho do setor se baseia também na análise de que não há sinais de melhora para o cenário macroeconômico e político nacional. “O setor não vê liderança que leve ao Brasil para um futuro melhor. O ano para o setor é muito curto e já estamos praticamente na metade do ano”, destacou. O diretor explicou que a média de fabricação de uma máquina, sob encomenda, é de seis a 18 meses; a seriada, de três meses. “Então, sobra praticamente metade do ano para faturar. Mas acredito que o faturamento desse segundo semestre já esteja comprometido”, falou.

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Ele defende um câmbio valorizado, mas ao mesmo tempo a criação de condições melhores para a indústria brasileira. “O setor está trabalhando com margens reduzidas, baixando custo para ver se vende mais. A atividade está com a sua rentabilidade prejudicada”, disse. No ano passado, a indústria de máquinas e equipamentos mineira dispensou dois mil funcionários. A Abimaq-MG ainda não fez o levantamento deste ano, mas afirma que a tendência de demissões continua.