Brasília (AE) – O México aceitou fazer a lição de casa para tornar-se membro-associado do Mercosul. Depois de ver com contrariedade a decisão do bloco de incorporar a Venezuela como membro pleno a toque de caixa, o ministro das Relações Exteriores mexicano, Luiz Ernesto Derbez, afirmou ontem que seu país prosseguirá firmar um acordo de livre comércio com o Mercosul e de aproximar-se dos países andinos como meio de articular a integração da América Latina.
?O nosso pedido para participar do Mercosul como associado continua em pé. Mas temos de ter paciência. Queremos criar as condições para cumprir com os acordos necessários para alcançar o livre comércio e, então, nos associarmos?, afirmou Derbez, depois de uma reunião de trabalho com o chanceler brasileiro, Celso Amorim, no Itamaraty. ?Vamos continuar, por enquanto, como observadores do Mercosul.?
Petrobras
Além da incorporação apressada da Venezuela ao Mercosul, a outra queixa trazida por Derbez foi a possível interferência da Petrobras no Caribe, área de influência da mexicana Pemex.
ONU
Ao retomar sua campanha por uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil conseguiu um discreto e inesperado apoio. Ferrenho opositor à ambição brasileira nos últimos anos, o México declarou-se favorável à inclusão do Brasil no grupo que delibera sobre as questões mais agudas da política internacional – desde que seja o escolhido pela América Latina para representar a região. ?México e Brasil coincidem em quase todos os temas da reforma, exceto em uma variável: o México defende que, no Conselho de Segurança, sejam definidas cadeiras para regiões, não a um país particularmente?, declarou Derbez, ao final da reunião de trabalho no Itamaraty. ?Se esta for a reforma aprovada, o México não teria nenhuma ressalva a que o Brasil venha a ocupar essa posição, com base em contínuas eleições?, completou.