São Paulo (AE) – O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, disse ontem que o Conselho Monetário Nacional (CMN) tem de adotar uma postura ?mais realista? na definição das metas de inflação do Brasil. Em entrevista concedida à rádio Eldorado, ele defendeu que o CMN faça uma revisão periódica das metas para que elas sejam ajustadas às expectativas geradas por determinados fatores, como pressões de commodities internacionais e choques de preços internos. Desta maneira, segundo o ministro, a política monetária adotada pelo Banco Central poderia ser mais amena, com impacto mais significativo no crescimento econômico do País.
?Uma meta mais realista significa entender e assimilar que houve um choque de preços neste ano, particularmente em relação ao petróleo, a algumas commodities que são insumos para o setor industrial e também a algumas commodities agrícolas. Que manter o centro da meta em 5,1%, evidentemente, leva o Banco Central a ter uma postura muito mais conservadora da política monetária?, explicou Berzoini.
?Tenho defendido que o Conselho Monetário Nacional faça uma revisão periódica da meta para ajustar as expectativas, em relação a alguns setores, a um dado de mercado que pode ser melhor ajustado e, portanto, permitir uma política monetária menos dura em relação a taxa de juros?, afirmou Berzoini.
Mesmo com o atual cenário de juros elevados, o ministro do Trabalho disse que espera um crescimento expressivo da economia em 2005, acima de 4%. Segundo ele, este otimismo se justifica, entre outros motivos, por conta de medidas adotadas pelo governo por meio de programas de investimento obtidos com recursos de fundos dos trabalhadores.
?Eu mantenho a convicção de que o Brasil vai crescer forte este ano?, opinou Berzoini. ?Também temos um conjunto de iniciativas das empresas públicas que vai assegurar um crescimento econômico da ordem de 4% a 4,5% este ano. Eu não tenho dúvida disso?, complementou ele, citando, como exemplo, orçamentos recentemente aprovados pelo governo para moradia popular, saneamento básico e infra-estrutura urbana, que ajudariam no incremento da atividade econômica.
