Depois de rejeitar a proposta apresentada na terça-feira, 14, pela Chery, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos ajuizou, nesta quarta-feira, 15, ação de dissídio coletivo no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região, em Campinas, para que a empresa assine a convenção coletiva da categoria. Trabalhadores da fábrica de Jacareí (SP) da montadora chinesa estão em greve há dez dias, em protesto contra baixos salários e por melhores condições de trabalho.
De acordo com o sindicato, na reunião de ontem a Chery propôs reajuste apenas para o piso salarial, que passaria de R$ 1.199 para R$ 1.400 em abril e para R$ 1.470 em setembro, data-base da categoria. Além disso, pela proposta da montadora, não haveria campanha salarial na fábrica neste ano. Em assembleia hoje pela manhã, os funcionários da unidade rejeitaram a proposta e decidiram entrar com ação coletiva contra a montadora chinesa.
O sindicato reivindica salários e direitos trabalhistas compatíveis com os pagos pelas montadoras da região. Segundo a entidade, um montador na Chery ganha o piso de R$ 1.199, enquanto um trabalhador com a mesma função na GM recebe R$ 3.500. A categoria pede também redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. A empresa, contudo, teria proposto a redução para 42 horas, sendo meia hora a menos na jornada deste ano, meia hora em 2016 e uma hora em 2017.
Trabalhadores querem ainda o fim da terceirização nos setores de logística e manuseio, a extensão do convênio médico para os familiares dos trabalhadores e estabilidade no emprego.
A Chery recorreu à Justiça do Trabalho para tentar impedir a greve, mas, segundo o sindicato, o pedido foi negado. Procurada, a montadora não comentou as informações do sindicato. Em notas anteriores, a companhia afirmou que atender às exigências dos metalúrgicos colocaria em risco, neste momento, a saúde financeira e o futuro da montadora no País. A empresa nega desrespeitar a legislação trabalhista.