Os metalúrgicos da Toyota, de Indaiatuba, e da Mercedes-Benz, de Campinas, ambas no interior paulista, entraram ontem em greve por tempo indeterminado, depois de rejeitarem oferta de 5,95% de aumento real de salário, mais reposição da inflação de 4,29% medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O índice de 10,5%, proposto pelas montadoras, supera os acordos feitos por metalúrgicos de outras regiões do Estado, cujo reajuste foi de 9%, o que representa 4,52% de aumento além da inflação.
A aprovação da proposta chegou a ser defendida em assembleia pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, ligado à Coordenação de Lutas (Conlutas), braço sindical do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU). Mas não foi aceita. “Não tinha como o sindicato falar contra uma proposta dessas”, disse Jair dos Santos, presidente do sindicato. “Achamos a proposta aceitável, mas o pessoal entende que não e decidiu pela paralisação.”
A Toyota emprega 2 mil metalúrgicos e a Mercedes, 800. Na fábrica da Toyota, onde são montados os modelos Corolla, por exemplo, cada dia parado representa 300 unidades que deixam de ser montadas. Entre outras reivindicações, os metalúrgicos da região de Campinas querem reajuste de 17,45% e redução da jornada para 36 horas semanais, sem redução dos salários.
Além dos trabalhadores da Toyota e da Mercedes, o sindicato de Campinas representa os metalúrgicos da fábrica da Honda no município de Sumaré. Os 3,5 mil trabalhadores da unidade da montadora japonesa aprovaram a proposta de 10,5% de reajuste, em decisão praticamente unânime. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.