Crise

Metalúrgicos podem ser demitidos no Paraná

Para o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Estado do Paraná (Sindimetal), a crise pela qual atravessa a economia internacional poderá refletir na demissão de milhares de trabalhadores paranaenses, já a partir do próximo mês.

De acordo com o presidente do Sindimetal, Roberto Karam, o setor metalúrgico deverá demitir cerca de 13%, o que significaria 4,3 mil vagas a menos só em Curitiba e região metropolitana.

Isso porque o sindicato prevê uma queda de cerca de 35% nas vendas do setor para o segundo semestre, em comparação com os primeiros seis meses do ano. Além de prever a possibilidade de cortes em dezembro, caso a expectativa do quadro negativo se consolidar, Karam acredita que o desemprego deve se acentuar no primeiro semestre de 2009. “Se a queda nas vendas se confirmarem, o setor metalúrgico poderá perder mais de 18% das vagas em fevereiro”, afirma.

Karam explica que com a queda nas vendas, é natural a redução do montante produzido. “Consequentemente, o corte de vagas é uma medida que invariavelmente deverá ser tomada”, alerta Karam.

Segundo o presidente do Sindimetal, “já existe um sintoma muito claro desse quadro, que deve refletir em toda a cadeia produtiva”. Karam afirma que um desses sintomas são as posturas de algumas montadoras automobilísticas, como a Volkswagen de São José dos Pinhais e a General Motors de São José dos Campos (SP), que já determinaram férias coletivas para parte dos funcionários.

Além das montadoras, a chamada “linha branca” (eletrodomésticos), que há cerca de 40 dias reclamava da falta de mão-de-obra qualificada, também já vem sentindo uma diminuição significativa nas vendas.

Segundo Karam, o setor deve pressionar o governo por medidas protecionistas para protelar o processo de cortes que, não só a metalurgia, mas que outros setores também podem sofrer. “Para um setor que investiu na qualificação de pessoas para empregar os funcionários, é complicado dispensá-los agora”.

Para Karam, o governo poderia possibilitar uma dilação de prazo para o pagamento dos impostos. Outra medida a ser tomada pelo empresariado para evitar que a crise possa culminar nos cortes, de acordo com Karam, seria negociar com clientes e fornecedores, visando o corte de gastos.

Outra sugestão é evitar empréstimos para compra de insumos, pois os juros devem aumentar cada vez mais. Para organizar a produção Karam aconselha os empresários a usar instrumentos como o banco de horas e férias para os colaboradores, ao invés de demitir.