Os trabalhadores das montadoras Volkswagen/Audi, Renault e Volvo, na Grande Curitiba, fecharam acordo com o Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea) e voltaram a trabalhar ontem de manhã. Em assembléia, eles aceitaram a proposta apresentada, que prevê reajuste salarial de 4,19% retroativo a este mês, mais um aumento de 0,78% que será incorporado ao salário em janeiro de 2007 e um abono de R$ 700,00 que será pago a cada funcionário na próxima segunda-feira, dia 2.
Nas montadoras Volkswagen e Renault, ambas em São José dos Pinhais, a greve completaria hoje uma semana. Já na Volvo, localizada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), a paralisação começou um dia depois e completaria uma semana amanhã.
O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Nelson Silva de Souza, avaliou o acordo como ?muito bom?. ?Se considerarmos que a inflação do período foi baixa (2,85%) e que foi concedido um aumento real de 2,10%, o acordo foi bastante positivo?, afirmou. O índice fechado com os metalúrgicos das montadoras instaladas no Paraná também ficou acima do concedido no ABC Paulista, que foi reposição da inflação (2,85%) mais 1,3% de aumento real. ?Em São Paulo, os sindicatos já pediram para reabrir as negociações?, contou Souza. A data-base da categoria é 1.º de setembro.
Inicialmente o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba reivindicava reposição da inflação, mais aumento real de 5%. O Sinfavea, por sua vez, ofereceu reposição da inflação e aumento real de 1,3%. Depois de várias rodadas de negociação e da apresentação de propostas que foram sucessivamente rejeitadas pelos trabalhadores, finalmente chegou-se a um índice razoável para os dois lados e um abono, cujo valor inicial oferecido era R$ 150,00, mas que avançou para R$ 700,00.
A nova proposta do Sinfavea foi aprovada pelos trabalhadores por unanimidade, segundo o vice-presidente do sindicato. Na Renault, a assembléia aconteceu na porta da fábrica, às 6h. Na Volkswagen/Audi, a assembléia ocorreu às 6h10 e, na Volvo, às 8h. Logo depois de aprovado o acordo, os metalúrgicos voltaram ao trabalho.
Impacto
Na montadora francesa Renault, onde trabalham cerca de 2,5 mil pessoas, aproximadamente 375 veículos e 800 motores deixaram de ser produzidos, por dia. Na alemã Volkswagen, que emprega cerca de 3,8 mil pessoas na planta de São José dos Pinhais, a cada dia parado deixaram de ser produzidos aproximadamente 810 veículos. Já na Volvo, onde trabalham cerca de 1,8 mil pessoas, são fabricados, em média, sete ônibus e 34 caminhões por dia.
O Sinfavea concordou em não descontar dos salários os dias parados, mas os metalúrgicos deverão repor as horas paradas em esquemas que variam de acordo com cada montadora.