Cerca de seis mil pessoas participaram de uma manifestação na manhã de hoje na frente da Usiminas de Cubatão, na Baixada Santista, pela saúde e segurança dos trabalhadores. O ato foi organizado pelo Sindicato dos Siderúrgicos e Metalúrgicos da Baixada Santista, com apoio dos sindicatos dos metalúrgicos de Campinas, São José dos Campos e Limeira, que deverão realizar manifestações similares nas próximas semanas. Com um carro de som e alto-falantes, os sindicalistas distribuíram panfletos e reivindicaram maior participação dos trabalhadores no desenvolvimento das políticas de segurança das empresas.
“A empresa diz que segurança é prioridade dela, mas ela determina regras e não discute com os trabalhadores o que é preciso fazer. Não tem como dizer que tem política assim, tem algumas intervenções, mas achamos que a empresa deve ter uma política que envolva os trabalhadores”, disse o presidente do sindicato da Baixada Santista, Florêncio Resende de Sá.
Além de citar os acidentes fatais, os trabalhadores alegam que as doenças relacionadas ao trabalho aumentaram muito. Eles denunciaram ainda que as empresas pressionam os trabalhadores acidentados a não se afastarem do serviço, transferindo-os para a execução de tarefas compatíveis com a lesão, chegando a liberar o trabalhador de férias depois de algum acidente.
A manifestação começou por volta das 6h15 e terminou às 8h30, na entrada do turno da manhã dos funcionários da Usiminas e de empresas terceirizadas, e não causou transtornos ao tráfego no Sistema Anchieta Imigrantes. Além dos terceirizados e metalúrgicos, sindicalistas do Sindicato dos Bancários e do Sindicato dos Servidores Públicos de Santos apoiaram o ato.
Em nota, a Usiminas afirmou que “saúde e a segurança de seus empregados e prestadores de serviço são compromissos prioritários e que a empresa investe em treinamentos, fornecimento de material de proteção individual e controle dos riscos inerentes à atividade. Todas as ações e iniciativas fazem parte de uma política estruturada de saúde e segurança”.
De acordo com Sá, essa foi a manifestação inicial para reivindicar “saúde e segurança”, mas o tema já tem sido tratado com as empresas nas últimas reuniões. “Na próxima segunda-feira vamos oficializar o pleito, para a partir daí contar 30 dias, e se não tivermos retorno das empresas vamos partir para as paralisações. O que não pode é trabalhador continuar morrendo”, completou.