Metalúrgicos exigem correção da tabela

São Paulo – O Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, filiado à Força Sindical, vai entrar amanhã com uma ação civil pública no Tribunal de Justiça (TJ) do Estado exigindo a correção de 14,74% da tabela do Imposto de Renda (IR). O percentual é referente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), medido pelo IBGE, entre janeiro e dezembro do ano passado.

Segundo o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, o reajuste médio de 10% obtido pelos trabalhadores do setor privado vai ser “engolido” pelo Leão. Atualmente, quem ganha salário até R$ 1.058 é isento do IR. Se a tabela tiver a correção do INPC de 14,74%, o limite de isenção passaria para R$ 1.213. Os metalúrgicos conseguiram na data-base em novembro um reajuste de 10,26%. Com o aumento, a média salarial da categoria passou de R$ 1.012 para R$ 1.112.

– A nova média salarial coloca praticamente todos os metalúrgicos como contribuintes. Isso é um absurdo -afirma o presidente da Força.

O anúncio de que os metalúrgicos entrarão com uma ação civil pública no TJ ocorreu um dia depois do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, ter declarado que é contra a correção da tabela do Imposto de Renda deste ano.

O secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Eleno José Bezerra, diz que até março os trabalhadores perderão o reajuste de 10,26%.

– A inflação ainda está alta e, para ajudar, quem era isento vai pagar Imposto de Renda e quem era contribuinte vai pagar ainda mais se a tabela não for corrigida – disse.

Ele lembra que a categoria deverá antecipar a campanha salarial para março, se a tabela do IR realmente não for corrigida. Anteontem, o ministro Antonio Palocci moderou o discurso e disse que a correção da tabela do Imposto de Renda das pessoas físicas será avaliada dentro das discussões sobre a reforma tributária.

– Em 2002 a inflação bateu recorde. É inaceitável que não haja o repasse para a tabela -diz o diretor-tesoureiro da OAB-SP, Vitorino Francisco Antunes Neto. A tabela, segundo a OAB, não tem correção integral desde 1996.

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