Metalúrgicos e Volkswagen não entram em acordo

As tentativas de acordo entre metalúrgicos e a direção da Volkswagen-Audi estão se transformando em sucessivas frustrações. Desde que a empresa anunciou, no final de maio, a segunda fase do Plano de Reestruturação – que prevê, entre outras ações, a demissão de quase 5 mil trabalhadores até 2008 – as partes não conseguem se entender.

?Estamos esperando que a empresa nos procure para uma negociação?, afirmou o coordenador da comissão de fábrica da Volks em São José dos Pinhais, Gilson Ricardo Santos Batista. Na semana passada (quinta e sexta), representantes dos Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba estiveram em São Bernardo do Campo (SP), mas não houve acordo. No sábado, foi a vez da base de São Carlos, Taubaté e Anchieta se reunir com a direção da empresa, mas também não houve negociação. Para Batista, a montadora instalada na Grande Curitiba está em desvantagem na comparação com as demais. ?Não temos tanta ?gordura? para queimar?, comentou. Segundo ele, os metalúrgicos da planta do Paraná exigem garantia de emprego para abrir as negociações.

Desde dezembro, a montadora local já demitiu cerca de 300 pessoas, dentro do programa Onda PMP, que propõe melhoria na linha de produção mas que na prática, segundo Batista, ?expõe ainda mais a saúde do trabalhador.? ? Estamos tentando reverter algumas dessas demissões?, afirmou. Paralisações, pelo menos por enquanto, estão descartadas.

A matriz da Volks na Alemanha recomendou o fechamento de uma unidade no Brasil, mas a direção da subsidiária nacional luta para diminuir gastos e não fechar uma unidade em 2007. A proposta da Volks, apresentada aos sindicatos, inclui uma nova tabela salarial com valores 35% menores para contratações futuras.

A montadora quer atrelar a reposição da inflação aos salários com os resultados obtidos – neste ano, não está prevista a reposição integral, se os resultados não forem atendidos. Estão previstas também alterações na participação dos resultados, na jornada de trabalho e no banco de horas.

Fornecedores

Na empresa Gênesis, localizada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), os 23 funcionários cruzaram os braços ontem para pressionar a direção da empresa a conceder benefícios como café da manhã e Participação nos Lucros ou Resultados (PLR). A empresa fornece embalagens de metal para a montadora Renault, em São José dos Pinhais.

De acordo com o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Nelson Silva de Souza, os trabalhadores fizeram uma paralisação ontem entre 8h e 9h. ?Como a direção não abriu negociação, os trabalhadores resolveram parar por tempo indeterminado?, contou. Por volta das 11h30, a empresa apresentou uma proposta de PLR – com a primeira parcela a ser paga até 15 de agosto -, e os funcionários aceitaram e voltaram a trabalhar. Segundo o diretor do sindicato, a implantação de PLR era uma reivindicação antiga dos trabalhadores. Quase 80% da produção da empresa abastece a Renault, de acordo com Souza. 

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