Foto: Eliseu Tisato/SMC |
Trabalhadores aceitaram a proposta apresentada pela direção das fábricas. continua após a publicidade |
Funcionários de dez das onze empresas do Parque Industrial de Curitiba (PIC), que estavam em greve desde a última terça-feira, voltaram ao trabalho ontem de manhã. Com isso, a produção de veículos tanto na Volkswagen/Audi como na Renault, ambas em São José dos Pinhais, voltou ao normal.
Os trabalhadores aceitaram a proposta apresentada pela direção das fábricas. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), apenas a Peguform, fabricante de pára-choques, não quis apresentar proposta, e seus 200 funcionários continuam em greve.
Conforme o sindicato, os trabalhadores da Tenneco Automotive, Pirelli, Kromber & Schubert, Delphi, Guanavi, TDF e FAF irão receber R$ 300,00 de adiantamento como adicional na Participação nos Lucros ou Resultados (PLR). Ficou definido também que os dias parados não serão descontados. Eles já têm a garantia de 4,91% de elevação salarial – 2,86% de correção da inflação acumulada nos últimos doze meses e 1,99% de aumento real. Na Bentler, as negociações avançaram mais e os metalúrgicos vão receber R$ 400,00 de adicional a serem pagos no próximo salário. Já na Thissenkrup (módulos e presta), ficou definido que haverá uma nova rodada de negociação nos próximos dias para melhorar a proposta.
Os quase 1,5 mil funcionários do parque industrial reivindicavam abono de R$ 700,00 – mesmo valor concedido aos metalúrgicos da Volks, Renault e Volvo, em negociação fechada no mês passado.
Com a paralisação no PIC, tanto a Volks como a Renault tiveram que reduzir o ritmo de produção. Na Volkswagen, a estimativa do Sindicato dos Metalúrgicos é que a montadora tenha deixado de produzir cerca de 2,4 mil veículos no período da greve. A empresa fabrica hoje na planta de São José dos Pinhais uma média de 810 veículos/dia. Desse total, 60% são negociados com o mercado interno e o restante é exportado para a Europa e América Latina.
Já na Renault, a queda na produção foi de aproximadamente 30%, segundo estimativa do sindicato. A produção na montadora hoje é de 310 automóveis por dia. Aproximadamente 85% são vendidos para o mercado interno. O restante é negociado com a Argentina, Uruguai, Venezuela, Marrocos e Cuba.