Em assembleia ontem pela manhã no centro de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, cerca de 10 mil metalúrgicos das montadoras recusaram a proposta de reajuste salarial das empresas, que ofereceram uma correção de 7%, e ameaçam entrar em greve a partir de quarta-feira. Os trabalhadores pedem um aumento de pelo menos 9%, índice já aprovado para parte da categoria, além da incorporação de abonos salariais dos últimos anos como aumento real.
As empresas serão comunicadas amanhã sobre o aviso de greve e terão 48 horas, como prevê a lei, para se manifestar, seja pela retomada ou pelo fim das negociações. Nesse período, as manifestações serão intensificadas numa forma de pressionar as empresas a voltar a discutir uma nova proposta. Se a greve geral for decretada, o sindicato espera que cerca de 40 mil trabalhadores paralisem as atividades.
A semana que passou foi de mobilização e de negociação entre empresas e o sindicato. Assim como aconteceu em anos anteriores, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à Central Única dos Trabalhadores), optou por intensificar as manifestações e paralisações nas empresas. Durante a semana, os metalúrgicos das indústrias automobilísticas (Ford, Volks, Scania, Mercedes-Benz) participaram de assembleias, passeatas e interromperam o trabalho.
Parte da categoria já conseguiu negociar o reajuste deste ano. Os trabalhadores da fundição e dos grupos 3 (autopeças) e 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos e refrigeração) aprovaram em assembleia no dia 4 a proposta de reajuste salarial de 9%. Segundo a direção do sindicato, foi o maior aumento real conquistado pela categoria nos últimos dez anos, de 4,6%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.