Mais de 40 mil metalúrgicos do ABC paulista entraram em greve ontem. Eles reivindicam reajuste salarial e aumento real de 4%, além da limitação de horas extras, antecipação da data-base e direito do sindicato de fiscalizar as empresas terceirizadas. Os trabalhadores são funcionários de fábricas de trefilação e laminação de metais ferrosos, máquinas, aparelhos elétricos, eletrônicos, refrigeração, esquadrias, lâmpadas, rolhas metálicas e fundição. Estes setores fazem parte dos grupos 9, 10 e de Fundição da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Os empregados da Ottis e Makita entraram na fábrica para tomar café, mas saíram depois para participar de uma manifestação.

A data-base é novembro, mas os trabalhadores querem a antecipação para setembro e reivindicam tratamento igual ao dado pelas montadoras e autopeças, que garantiram reposição integral da inflação e aumento real de 4%. A estratégia do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC é paralisar cinco empresas nesta segunda-feira por tempo indeterminado.

Em São Bernardo do Campo, além da Ottis e Makita, param os trabalhadores da Conexel e Mark Groundfs. Em Santo André, param os trabalhadores da Pirelli Energia. Segundo José Lopez Feijóo, presidente do sindicato, dez empresas já se comprometeram a reajustar os salários de seus funcionários a partir de 1.º de setembro com o mesmo percentual conquistado pelos metalúrgicos do setor de autopeças, de 9,57%.

Desde segunda-feira passada, os metalúrgicos começaram a parar a produção em empresas por algumas horas. Na última sexta-feira, segundo o sindicato, 5.588 trabalhadores paralisaram a produção em indústrias paulistas. No Estado de São Paulo são 70 mil trabalhadores nos setores envolvidos nesta negociação.

A campanha salarial deste ano foi unificada e reuniu os sindicatos de metalúrgicos do ABC e Taubaté (filiados a CUT), São Caetano e Tatuí (Força Sindical) e São Carlos (CBTE – Central Brasileira de Trabalhadores e Empreendedores). Também o Sindicato dos Metalúrgicos do Paraná participou e obteve para os metalúrgicos o mesmo acordo fechado no ABC.

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