Foto: Divulgação

Ontem, os metalúrgicos continuavam de braços cruzados.

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A greve nas montadoras Volkswagen/Audi e Renault, em São José dos Pinhais, e na Volvo, na Cidade Industrial de Curitiba, pode terminar hoje. Ontem à tarde, o Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea) apresentou nova proposta, que será votada na manhã de hoje pelos metalúrgicos, em assembléia, nos portões das três montadoras. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), a nova proposta chegou próximo ao que os trabalhadores estão pedindo.  

Os funcionários da Volks/Audi e da Renault estão parados desde a última quarta-feira, dia 20. Já os metalúrgicos da Volvo aderiram à greve um dia depois, na quinta-feira, 21.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, as empresas estão oferecendo 4,19% de reajuste salarial ainda em setembro (data-base do reajuste) e outros 0,78% a partir de janeiro do ano que vem. Além disso, cada trabalhador deve receber este mês abono de R$ 700,00. Na Renault e na Volks, as assembléias ocorrem às 6h. Já na Volvo, deve acontecer entre 7h30 e 8h.

?Eu, particularmente, acredito que a proposta deve ser aceita nas três montadoras?, afirmou o vice-presidente do SMC, Nelson Silva de Souza. Ontem de manhã, reunidos em assembléia para votar pela continuidade da greve, os trabalhadores afirmaram, segundo Souza, que queriam aumento de 5,47% a partir de janeiro do próximo ano e abono de R$ 1,2 mil este mês, mas teriam dado também a opção de reajuste de 5% e abono de R$ 700,00 em setembro. ?A proposta do Sinfavea ficou dentro do que foi referendado nas assembléias?, apontou Souza.

Pressão

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A paralisação dos trabalhadores foi uma forma de pressionar as fábricas a conceder o reajuste salarial reivindicado. Inicialmente, a categoria pedia reposição da inflação medida pelo INPC nos últimos 12 meses, de 2,85%, e aumento real de 5% – porém, indicava o aumento de 3% como ?aceitável?. Já o sindicato patronal ofereceu reposição integral da inflação e aumento real de 1,3%.

Um dia antes do início da greve, o Sinfavea apresentou nova proposta salarial, com os mesmos índices anteriores, porém a concessão de R$ 150,00 de abono. ?Este abono de R$ 150,00 foi uma afronta ao trabalhador?, afirmou o presidente do SMC, Sérgio Butka.

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No primeiro dia da greve nas montadoras Renault e Volks/Audi, o sindicato patronal fez nova proposta: 2,85% de reajuste salarial, 2,10% de aumento real (com 0,78% aplicado em setembro de 2007) e elevação do abono de R$ 150,00 para R$ 250,00. Os trabalhadores recusaram a proposta. Na quinta-feira, a proposta de abono subiu para R$ 400,00 de vale-mercado, mas a categoria novamente não aceitou.

Sem conseguir avançar nas negociações com o Sinfavea, o Sindicato dos Metalúrgicos afirmou que iria romper com o sindicato patronal e partir para a negociação individual, empresa a empresa. Ontem à tarde, a Delegacia Regional do Trabalho (DRT) chegou a convocar uma mesa-redonda para conciliar as duas partes, mas o encontro foi cancelado a pedido das partes envolvidas.

Impacto

Na montadora francesa Renault, onde trabalham cerca de 2,5 mil pessoas, aproximadamente 375 veículos e 800 motores deixaram de ser produzidos, por dia. Na alemã Volkswagen, que emprega cerca de 3,8 mil pessoas na planta de São José dos Pinhais, a cada dia parado deixaram de ser produzidos aproximadamente 810 veículos. Já na Volvo, onde trabalham cerca de 1,8 mil pessoas, são fabricados, em média, sete ônibus e 34 caminhões por dia.

Segundo Nelson Souza, os trabalhadores da Volvo e da Renault teriam concordado em compensar as horas paradas. Já os funcionários da Volks/Audi prefeririam ter os dias descontados. A data-base da categoria é 1.º de setembro.