Os cerca de 2,7 mil metalúrgicos da Volvo do Brasil, instalada na Cidade Industrial de Curitiba, aceitaram hoje uma proposta da empresa, que reajusta o vale-mercado de R$ 60,00 para R$ 200,00, e decidiram encerrar a greve decretada na última sexta-feira. Durante o período da paralisação, a empresa deixou de produzir aproximadamente 150 caminhões. Os metalúrgicos da Volkswagen, instalada em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, não receberam a proposta que queriam e optaram por continuar a paralisação “pipoca” decidida no sábado.
Na sexta-feira, a direção da Volvo já havia aceitado algumas das cláusulas econômicas defendidas pelo Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba. Os trabalhadores terão reajuste salarial de 10,08% a partir deste mês, o que representa um aumento real de 5,55%, semelhante ao que já tinha sido conseguido pelos trabalhadores da Renault, instalada em São José dos Pinhais, na semana passada. Eles também tiveram a promessa de abono de R$ 4,2 mil, a serem pagos em duas parcelas, uma ainda em setembro e outra no início de outubro.
“Mais uma vez os trabalhadores da Volvo deram exemplo de mobilização, o reajuste do vale-mercado é uma conquista importante, já que esse benefício estava congelado havia 14 anos”, afirmou o presidente do sindicato, Sérgio Butka. A empresa emitiu uma nota destacando que a proposta salarial apresentada na sexta-feira foi “bastante favorável”. Ela também ressaltou que a Volvo é a “única montadora de veículos do Paraná” a dar o vale mercado.
Na Volkswagen, os trabalhadores do segundo turno não entraram na indústria na tarde desta segunda-feira. No sábado, eles tinham decidido pela greve “pipoca”, parando um turno a cada dia. No total, a Volkswagen tem 5,6 mil trabalhadores – 4 mil diretos e 1,6 mil terceirizados. De acordo com o sindicato, até hoje cerca de 820 carros deixaram de ser produzidos. As direções do sindicato e da empresa estavam reunidas nesta tarde para discutir uma proposta a ser apresentada em assembleia amanhã de manhã. A Volkswagen preferiu não se pronunciar sobre a paralisação.