Como já vem acontecendo nos últimos anos, setembro virou o mês das greves nas montadoras de Curitiba e região metropolitana. Ontem, em São José dos Pinhais, os metalúrgicos da Volkswagen-Audi decidiram cruzar os braços no meio da tarde.

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O turno da noite nem chegou a entrar para o trabalho. Na Renault-Nissan, a decisão dos empregados ficou para hoje de manhã, mas o sindicato da categoria já antecipa que a greve é bastante provável, já que a empresa não melhorou sua proposta inicial.

De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), Cláudio Gramm, o problema que desencadeou a paralisação na Volks-Audi foi o adiamento, pela empresa, da apresentação de uma nova proposta.

“Eles queriam adiar a discussão só para depois do feriado. Os empregados não quiseram esperar”, informa. A fábrica tem cerca de 3,5 mil funcionários, que pretendem um reajuste de 10% nos salários, entre outros pedidos.

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A definição dos metalúrgicos da multinacional alemã pode se repetir, hoje, na Renault-Nissan, que tem 5 mil funcionários. Gramm diz que, como a montadora não melhorou sua proposta anterior, o cenário mais provável na assembleia programada para esta manhã é, também, de greve. Lá, os trabalhadores reivindicam um reajuste de 11%.

Já na Volvo, onde o pedido dos funcionários é igual ao da Volks-Audi, a decisão foi adiada. Segundo o sindicalista, como parte dos empregados está em férias coletivas, ficou definido que as discussões ficariam para a próxima quarta-feira (dia 9). Em todas as montadoras, os metalúrgicos querem, também, abono de R$ 2 mil, já em setembro, e elevação no piso da categoria para R$ 1,5 mil.

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Gramm acredita que a falta de propostas das montadoras acontece por pressão do Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Sinfavea), para quem, segundo ele, acordos como os reivindicados no Paraná não seriam interessantes.

“Quem vai arcar serão as empresas daqui”, afirma. No final de agosto, o SMC, que negociava com o Sinfavea, rompeu as discussões e passou a conversar diretamente com as empresas, já que o sindicato patronal não concordou com a padronização de cláusulas para todas as empresas.