Metalúrgicos da RMC adiam decisão de greve

Os metalúrgicos da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) adiaram para terça-feira a decisão sobre a greve nas montadoras, prevista para iniciar ontem. O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba concordou em prorrogar o prazo porque as empresas pediram um prazo maior para apresentar propostas para a Campanha Salarial de Emergência. A categoria reivindica reajuste de 14,61% nas montadoras e 13,66% no Parque Industrial de Curitiba (PIC), que congrega fornecedores de peças da Volkswagen/Audi. As perdas nas montadoras se referem à inflação acumulada de setembro a março, quando só a cesta básica subiu 28%. No PIC, é o acumulado desde outubro.

Ontem, após a assembléia realizada na porta da Volkswagen/Audi, os mil trabalhadores do primeiro turno realizaram uma paralisação de duas horas, das 6h30 às 8h30. Com a parada, aproximadamente 40 carros deixaram de ser produzidos. A média diária de produção da planta é de 408 veículos. Cerca de 700 dos 1,2 mil empregados do PIC também pararam as atividades no início da manhã. As peças são fornecidas no sistema just in time.

Os diretores da montadora marcaram uma reunião com os sindicalistas para segunda-feira, às 17h, na empresa. O vice-presidente mundial de RH da Volkswagen, Vans Gueber, deve participar da negociação. Segundo uma fonte da empresa, ele estará presente para encontrar uma alternativa de sair do impasse com relação ao reajuste salarial. Oficialmente, ele virá para uma visita de praxe na fábrica, previamente agendada, para acompanhar o andamento do projeto 249, o novo veículo da família Tupi, cujos primeiros protótipos já saíram da linha de montagem.

Até o final da tarde de ontem, somente a Renault e a Volvo haviam se comprometido a encaminhar uma proposta por escrito na segunda-feira. Também houve assembléia ontem na frente da Volvo, envolvendo cerca de 1,5 mil funcionários, mas como o turno só começa às 8h, a produção não foi prejudicada. A montadora sueca, que fabrica diariamente 25 caminhões e dois ônibus, informou que continua avaliando a proposta dos trabalhadores. Os diretores da Renault marcaram uma reunião de negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos para segunda-feira, às 15h. Pela manhã, haverá uma assembléia dos trabalhadores na entrada da fábrica.

“Reconhecer a perda do trabalhador é uma coisa, queremos proposta de reposição”, reivindica o secretário-geral do sindicato, Cláudio Gramm. Segundo estudo do Dieese, sem a correção pela inflação, os trabalhadores das montadoras paranaenses perderão 1,5 salário nominal até a próxima data-base, que é setembro. “É o mesmo que devolver o décimo terceiro, o terço de férias e parte da PLR”, compara Gramm. “Se não houver acordo, haverá paralisação por tempo indeterminado a partir de terça”, declara.

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