Em meio à negociação para reajuste de salários, cerca de 5 mil empregados da montadora Renault-Nissan em São José dos Pinhais podem cruzar os braços a partir da próxima sexta-feira (4).

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Ontem, data-base da categoria, os metalúrgicos da multinacional realizaram uma assembleia em porta de fábrica em que rejeitaram a proposta oferecida pela empresa, que ofereceu reposição das perdas da inflação mais 1% de aumento real e um abono de R$ 1,5 mil, tudo ainda em setembro. A expectativa, agora, é de que a montadora melhore os valores até quinta-feira.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), os trabalhadores pretendem obter um reajuste de 11%, que engloba um aumento real em relação à negociação do ano passado, mais a inflação do período, medida pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que ficou em torno de 4,7%.

O abono reivindicado também é maior: R$ 2 mil. Os trabalhadores ainda querem o estabelecimento de um piso salarial de R$ 1,5 mil, entre outros pedidos. O presidente do SMC, Sérgio Butka, declarou em comunicado, via assessoria de imprensa, que os benefícios reivindicados são justos, devido ao que ele considera um bom momento que a empresa e outras montadoras vivem.

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Ele lembrou a recente contratação de 600 trabalhadores e a consequente ampliação da produção da fábrica, e atribuiu a boa fase à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis, promovida pelo Governo Federal no final do ano passado. Contatada, a montadora não emitiu nenhuma manifestação oficial.

As negociações na Grande Curitiba não vêm acontecendo apenas na Renault. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, as conversas também se passam nas outras duas principais montadoras da região. Ontem, houve reunião na Volvo, na Cidade Industrial de Curitiba.

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A proposta da empresa será discutida hoje pelos trabalhadores, em assembleia. Hoje, ainda, a reunião com os patrões deverá ser na Volkswagen-Audi, em São José dos Pinhais. A proposta deverá ser discutida amanhã pelos metalúrgicos. Em ambas as empresas, as reivindicações são as mesmas dos empregados da Renault-Nissan, a não ser pelo reajuste de 10% solicitado.

Greves na época da data-base dos metalúrgicos das principais montadoras de Curitiba e Região Metropolitana não têm sido novidade. No ano passado e em 2007, apenas a Volvo não parou no início de setembro. Em 2006, houve greve nas três.