Metalúrgicos da GM conquistam reajuste de 9%

Os metalúrgicos das fábricas da General Motors (GM) em São José dos Campos, interior de São Paulo, e São Caetano do Sul, na região do ABC, conquistaram um reajuste salarial de 9%, retroativo a 1º de setembro, data-base da categoria. O porcentual corresponde à reposição da inflação de 4,29% acumulada em 12 meses até agosto, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais 4,52% de aumento real de salário.

O aumento de 9% é válido para salários de até R$ 7.730. Acima disso, será pago um reajuste fixo de R$ 686. O acordo aprovado ontem também prevê abono salarial de R$ 2.200. Os metalúrgicos haviam aprovado aviso de greve antes da proposta da montadora ser apresentada, na madrugada do sábado. A GM de São José dos Campos emprega 8,5 mil trabalhadores ligados à Coordenação de Lutas (Conlutas), braço sindical do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU). Em São Caetano do Sul, base da Força Sindical, a fábrica da montadora tem 8 mil trabalhadores.

“Tivemos um avanço importante este ano, com o índice de aumento superior à inflação”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José, Vivaldo Moreira Araújo. Nas outras montadoras, no entanto, as negociações não avançaram. Tanto que os metalúrgicos ameaçam entrar em greve por tempo indeterminado a partir de amanhã para pressionar as montadoras a conceder reajuste salarial de 9% à categoria.

Ontem, cerca de 13 mil trabalhadores de montadoras de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, participaram de assembleias, protestos e paralisações. Os atos interromperam a produção das 5h15 às 10 horas, período que variou em cada fábrica. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, os mais de 7 mil trabalhadores do turno da manhã da Volks atrasaram a entrada para participar da assembleia. Na Ford, os 4,5 mil metalúrgicos do primeiro turno, cujo horário começa às 6 horas, só entraram às 10 horas. Já na Mercedes-Benz 2,5 mil trabalhadores participaram da assembleia e de manifestações, que começaram às 5 horas. Eles só retornaram ao trabalho às 10 horas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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