Os 11 mil trabalhadores das montadoras Renault e Volkswagen-Audi, em São José dos Pinhais, e Volvo, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), ameaçam cruzar os braços por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira, dia 28.

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Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), a medida faz parte da Campanha Salarial 2008 e será adotada se as empresas não aceitarem abrir negociação direta, independente do sindicato patronal, o Sinfavea.

Segundo o sindicato dos trabalhadores, a entidade patronal não apresentou até agora nenhuma proposta de reajuste salarial. Restringiu-se à promessa de igualar a negociação fechada no ABC Paulista, o que frustrou a expectativa dos trabalhadores da Grande Curitiba.

A decisão de romper com o Sinfavea e buscar a negociação por empresa será votada pelos trabalhadores hoje em assembléias nas entradas dos turnos – às 5h e às 14h (Renault e Volks) e às 7h40 (Volvo).

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Porém, a medida já foi pré-definida em assembléias na quarta-feira passada, dia 20. Os trabalhadores darão 48 horas para que as montadoras abram canal de negociação com o sindicato da categoria.

Reivindicação

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Os metalúrgicos querem abono de R$ 1,5 mil, 13% de elevação salarial, sendo 5% de aumento real e o restante referente à inflação, calculada com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), além da extensão de todas as cláusulas negociadas em São Paulo.

No ano passado, os metalúrgicos da Volks-Audi e Renault fizeram greve de quatro dias. Como resultado, conquistaram 7,44% de aumento (4,82% do INPC mais 2,5% de aumento real), além de um abono salarial de R$ 1,5 mil.

Na Volvo, não houve paralisação. Em 2006, após uma semana de paralisação total, a categoria garantiu 5% de aumento salarial (2,89% do INPC mais 2,11% de aumento real), e abono de R$ 700,00.

Produção recorde

As montadoras de veículos atravessam a melhor fase de sua história. Levantamento recente feito pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), aponta que o Brasil já é o 6.º maior produtor de automóveis do mundo.

De janeiro a julho, o Brasil fabricou 1,89 milhão de automóveis. Em julho, os números bateram novo recorde. Foram 320 mil veículos produzidos e 288 mil licenciados.

Segundo a Anfavea, o crescimento se deve à “boa fase da economia nacional, que tem impulsionado as vendas de automóveis e, com isso, a produção”. A previsão da entidade para este ano é de alta de 24,2% nas vendas e 15% na produção.