Metalúrgicos ameaçam cruzar os braços

Os metalúrgicos de Curitiba e Região Metropolitana que atuam na produção de máquinas (agrícolas, de panificação, entre outras) ameaçam entrar em greve a partir de quarta-feira. Em assembléia realizada na quinta-feira à noite, eles decidiram pela fixação de prazo legal de 48 horas, a contar da próxima segunda-feira, para que as empresas aceitem a proposta salarial da categoria. Ontem de manhã, o Sindicato dos Metalúrgicos realizou assembléias nas principais empresas do setor metal-mecânico, entre elas a Case New Holland (CNH) e a Giben do Brasil. Os trabalhadores da produção de máquinas confirmaram em porta de fábrica a rejeição à proposta do sindicato patronal.

O motivo do impasse entre trabalhadores e empresários representados pelo Sindimaq (sindicato patronal) é a diferença de 1% de aumento real, além da correção do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). "Reivindicamos 4% de aumento, além da inflação, da mesma forma dos outros acordos metalúrgicos que assinamos este ano. O Sindimaq oferece apenas 3%", afirmou Sérgio Butka, presidente do sindicato de trabalhadores.

A categoria é formada por quase 10 mil trabalhadores que atuam apenas na produção de máquinas. Somente na CNH são quase 1,5 mil trabalhadores. De janeiro a agosto deste ano, a CNH produziu 8.967 unidades de máquinas agrícolas, entre tratores e colheitadeiras – 0,96% a mais do que no mesmo período do ano passado. A produção da New Holland no Paraná representou 21,35% da produção nacional de máquinas agrícolas.

Além da CNH, ameaçam entrar em greve os trabalhadores da Haas do Brasil, Giben, Trutzchler, Kraft Line e Molins.

Mesmo acordo

A reclamação principal do sindicato é quanto ao fato de apenas o Sindimaq não ter aceitado conceder 4% de aumento real aos trabalhadores. Em setembro último, os metalúrgicos das montadoras – cerca de 10 mil no Paraná – obtiveram o reajuste pretendido, assim como os de autopeças. Na quinta-feira, foi a vez de o Sindimetal assinar acordo com o sindicato, concedendo 4% de aumento real. O Sindimetal engloba quase 25 mil trabalhadores, entre eles funcionários da New Hubner, que aceitaram os termos do acordo individual e terão reajuste de 10% (aumento real mais inflação). O piso salarial da New Hubner aumentou, ainda, em mais de 15%.

O Sindimaq foi procurado pela reportagem do jornal, mas até o final da tarde não havia retornado à ligação.

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