A média salarial dos metalúrgicos da base sindical da região do Grande ABC é 79,2% maior que a média nacional da categoria. O dado faz parte de pesquisa divulgada hoje pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em parceria com a subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A média salarial desses trabalhadores, excluindo cargos de liderança, é de R$ 3.242,83. Já a média nacional é de R$ 1.809,91.

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O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, disse que a diferença se deve, entre outros fatores, à qualificação maior dos trabalhadores da região e à força de organização das suas entidades representativas. Outro ponto seria a menor rotatividade da mão de obra na região. O estudo mostra que em 2010 a rotatividade no Grande ABC representou 18,7%, enquanto no Brasil esse índice foi de 35,5%. “Na nossa região há salários maiores porque os trabalhadores têm uma maior qualificação e a produtividade acaba sendo maior quando comparada com regiões sem tradição de indústria.”

A pesquisa indica também diferença nos rendimentos pagos a homens e mulheres. O salário médio pago ao metalúrgico na região do Grande ABC é de R$ 3.401,16, enquanto as metalúrgicas ganham em média R$ 2.319,05, o que equivale a 31,8% menos. Na região, há hoje 107.533 trabalhadores. Apenas 14,5% (15.568) são mulheres.

Segundo o estudo, nos últimos 22 anos houve pouca oscilação no porcentual de mulheres entre os metalúrgicos da região do Grande ABC. O presidente do sindicato observou que, além do preconceito, há uma resistência econômica das empresas em contratar funcionárias, uma vez que seriam obrigados a investir em infraestrutura como, por exemplo, construção de novos vestiários e banheiros.

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O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC tem a expectativa de que este ano o total de postos de trabalho para a categoria na região cresça 4% ante 2010, quando fechou o ano em 105.241 postos. Com a alta, o total de vagas chegaria a 109.451, o maior nível desde 1995, quando estava em 111.240 postos de trabalho. A pesquisa mostra que entre 1989 e 2002 foram fechadas 79,5 mil vagas. A tendência foi revertida em 2003, quando o total de postos iniciou uma sequência de altas, a uma taxa média de 4,1% ao ano.

O estudo mostra também que 57,4% dos 107,5 mil metalúrgicos trabalham no setor automotivo. A grande maioria atua em empresas instaladas em São Bernardo do Campo (64%) e Diadema (29%).

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Educação

Em relação à edição anterior da pesquisa, realizada em 1994, houve alterações significativas no nível de escolaridade dos metalúrgicos. Em 1994, 48,6% tinham ensino fundamental incompleto, 18,2% o fundamental completo, 12,1% o ensino médio completo e 6% o ensino superior completo. Já em 2010 a maioria dos metalúrgicos do ABC (54,9%) apresentavam ensino médio completo. O total de trabalhadores com ensino fundamental completo era de 10,6%, de ensino fundamental incompleto era de 8,5% e ensino superior completo, 12,9%.

O presidente do sindicato observou que o aumento da escolaridade trouxe diferenças na comunicação dos metalúrgicos com os líderes sindicais. “Eles agora são mais críticos e mais empenhados na luta por reajustes salariais.”

Na comparação entre 1994 e 2010 foi registrado um amadurecimento da categoria. O porcentual de trabalhadores entre 30 e 39 anos caiu de 33,6% para 29,5%, enquanto o porcentual de funcionários entre 40 e 49 anos cresceu de 23,4% para 25,9%. Houve ainda uma leve queda no porcentual de trabalhadores entre 25 e 29 anos, de 18,1% para 17,5%, e um crescimento no porcentual de metalúrgicos entre 50 e 64 anos, de 6,7% para 11%.