Mais de 50% das empresas que estão entrando em recuperação judicial não conseguirão se reerguer e vão falir, avalia o desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, Carlos Henrique Abrão, conselheiro fundador do Instituto Nacional de Recuperação de Empresarial (INRE). “As empresas estão em recuperação para ganhar tempo. Muitas não vão se recuperar.”

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Pelos dados do desembargador, apenas 5% dos pedidos de recuperação judicial requeridos em dez anos de vigência da lei não terminaram em falência. Para o advogado Jorge Lobo, o poder judiciário apenas deveria ser acionado depois que especialistas, com notória capacidade técnica e indiscutível idoneidade moral, verificassem se a empresa é econômica e financeiramente viável.

Em recente artigo, ele afirma que a causa do fracasso da recuperação judicial não está na lei, mas na “equivocada utilização da ação baseada em desejos de ver a empresa se reerguer e na esperança de ver surgir uma solução milagrosa”.

A grande maioria dos pedidos de recuperação feita pelas construtoras foi acatada pela Justiça. Muitas delas já tiveram os planos aprovados pelos credores e estão tentando implementar as medidas. A última foi a Alumini, em recuperação desde janeiro. Na sexta-feira, a empresa conseguiu aprovar em assembleia o plano de recuperação.

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A dívida da empresa somava, no começo do ano, R$ 1 bilhão, sendo o Banco do Brasil credor de um quarto desse valor. O plano prevê que os trabalhadores serão os primeiros a receber. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.