O Conselho Monetário Nacional (CMN) tomará neste mês duas decisões que interferirão no ritmo de crescimento da economia nos próximos dois anos. Serão definidas a meta de inflação para 2009 e a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) para o próximo trimestre. A primeira decisão dará o tom para o Banco Central (BC) conduzir a política de juros. A segunda poderá ser um estímulo extra a novos investimentos produtivos, feitos com dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O governo está dividido às vésperas do "super CMN". O ministro da Fazenda, Guido Mantega, quer manter a meta de 2009 em 4,5%, o mesmo nível de 2007 e 2008. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, acha que ela deve ser reduzida a 4%. O CMN é formado pelos dois, mais o presidente do BC, Henrique Meirelles, que não explicitou seu voto, mas sabe-se que é entusiasta da meta mais baixa.
"Acho que vai dar dois a um para a meta de 4%", disse o economista-chefe do banco Fator, José Francisco Lima Gonçalves. "Para mim, a meta para 2009 já está reduzida; a discussão agora é se será amarrado algo para 2010 também." Essa questão, porém, está indefinida e não será decidida no voto, segundo disse o ministro Paulo Bernardo. "Vamos fazer um debate. Pode ser que o ministro Guido me convença, pode ser que eu o convença." O trio levará o tema ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, ao final, vai arbitrar o objetivo.