Mesmo sem acordo, metalúrgicos da Ford rejeitam greve em Taubaté

Mesmo sem acordo com a empresa para reverter as 137 demissões da semana passada, metalúrgicos da Ford decidiram retomar o ritmo normal de produção na fábrica de Taubaté (SP) a partir desta terça-feira, 7. Em assembleia nesta manhã, trabalhadores rejeitaram proposta de deflagração de greve por tempo indeterminado. Já na fábrica da Chery em Jacareí (SP), metalúrgicos seguem de braços cruzados por tempo indeterminado.

Os funcionários da Ford chegaram a paralisar a produção na última quarta, 1º, e quinta-feira, 2, para pressionar a direção da montadora a reverter os cortes. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região, após algumas reuniões, a empresa informou que não voltaria atrás das demissões. Procurada, a montadora confirmou o retorno das atividades em Taubaté e reforçou que vai pagar o prometido aos demitidos pelo acordo aprovado em março deste ano.

A companhia se comprometeu a pagar 83% do salário por ano trabalhado aos demitidos. Para aqueles com restrição médica, o porcentual sobe para 140%. Os valores são os mesmos oferecidos pela montadora a quem aderir ao Programa de Demissão Voluntária (PDV) em vigor na empresa, que, de acordo com o sindicato, já teve “cerca de 500 adesões” em Taubaté. O acordo prevê ainda estabilidade do emprego até 2017.

Além das demissões em Taubaté, a Ford tem 424 metalúrgicos em banco de horas desde 23 de fevereiro, por tempo indeterminado, na unidade de São Bernardo do Campo (SP). A produção da unidade está paralisada desde a última sexta-feira até a próxima terça-feira, 14, para “adequar produção à demanda”. Na fábrica de Taubaté, a produção também ficou paralisada, por decisão da empresa, de sexta até ontem, feriado local.

Chery

Em Jacareí, metalúrgicos da Chery seguem em greve pelo 2º dia consecutivo. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, o movimento foi deflagrado para pressionar a montadora chinesa a reconhecer a convenção coletiva da categoria, equiparando salários e direitos trabalhistas na empresa aos de outras montadoras da região. Trabalhadores reclamam da terceirização ilegal e até da “péssima” qualidade da comida.

Procurada, a assessoria da Chery informou que nenhuma nova proposta foi apresentada pela empresa desde ontem e que a montadora mantém o mesmo posicionamento. Em nota divulgada na segunda-feira, 6, a companhia ponderou que, como uma empresa recém-chegada ao Brasil, atender às exigências dos metalúrgicos neste momento coloca em risco a saúde financeira e o futuro da companhia no Brasil. Segundo o sindicato, a direção da fábrica informou que aguarda orientações da matriz, na China.

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