Apesar da melhora na produção industrial ao longo de 2017, o Produto Interno Bruto do setor ficou estável (0%) no fechamento do ano, segundo estimativa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A expectativa para o desempenho em 2018, porém, é de um avanço de 3,7% no PIB da indústria.

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O Indicador Ipea de Produção Industrial estima um avanço de 0,2% em dezembro de 2017 ante novembro do mesmo ano. Como resultado, a produção industrial acumulou uma expansão de 2,5% no ano passado. O indicador é calculado como uma prévia da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado oficial será divulgado pelo IBGE na próxima quinta-feira.

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No cálculo do PIB industrial, entretanto, estão inclusos mais componentes. Além das indústrias extrativas e de transformação, integram o PIB do setor também a construção civil e o segmento de distribuição de gás, eletricidade e água.

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“Essa recessão especificamente jogou muito para baixo a demanda doméstica, por uma série de fatores, como a alavancagem muito alta das famílias e o desemprego muito forte”, justificou Leonardo Mello de Carvalho, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea.

O cenário para a produção industrial brasileira – contando as indústrias extrativas e de transformação -, no entanto, é de recuperação gradual e constante, impulsionado pelo arrefecimento da inflação e queda na taxa básica de juros, apontou o pesquisador.

“A trajetória ao longo de 2017 foi compatível com uma recuperação gradual”, disse Carvalho. “A gente espera um desempenho melhor da atividade econômica e um mercado de trabalho mais forte em 2018”, lembrou.

Na passagem de novembro para dezembro, os destaques positivos na indústria foram a importação de bens intermediários, com alta de 1,7%, e a produção de veículos automotores, com avanço de 4,5% no mês e encerrando o ano com expansão de 25,2%.

Em dezembro, a produção aumentou 3,8% em relação a dezembro de 2016, o que representaria a quarta alta consecutiva nesse tipo de comparação. O bom desempenho foi disseminado entre os componentes do indicador, com exceção da queda de 8,8% no indicador de estoques, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV).