Anderson Tozato/O Estado |
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Situação pode mudar com a oferta de 1,8 mil vagas. |
Um dos setores mais prósperos da economia paranaense ainda sofre com a falta de mão de obra. Por depender de profissionais formados em um curso oferecido praticamente apenas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a indústria moveleira tem cada vez mais dificuldades para preencher as vagas que só aumentam devido ao crescimento do setor. A situação pode estar próxima de melhorar, com a oferta de mais 1,8 mil vagas em cursos técnicos ofertados pela entidade ainda este ano, mas, enquanto isso, empresários tem que aprender a lidar com esse obstáculo que impede que esse crescimento seja ainda maior.
De acordo com o coordenador do Conselho Setorial da Indústria Moveleira do Sistema Fiep, Constantino Bezeruska, esse crescimento observado nos últimos anos se deve ao “boom” do setor imobiliário, que impulsionou também o mercado de móveis. “O setor tem apresentado um crescimento anual de cerca de 10%, mas as indústrias têm uma defasagem de mão de obra muito grande, que vai desde as funções de chão de fábrica até os cargos mais especializados, porque há poucas opções de formação técnica na área e também porque os jovens não se interessam mais pela marcenaria”, opina.
Um dos fatores que contribuem para essa situação é o valor inicial pago à categoria. Segundo o economista Emerson Iaskio, que acompanha a cadeia da indústria moveleira pela Coordenação de Desenvolvimento do Sistema Fiep, o piso salarial está em apenas R$ 714. “É claro que muitos funcionários recebem salários superiores, mas ainda é um valor muito baixo”, analisa. Outro elemento que dificulta a incorporação de novos profissionais ao setor seria a concorrência com outras atividades. “A própria construção civil tem atraído parte dessa mão de obra, pagando mais”, avalia Bezeruska.
Anderson Tozato/O Estado |
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Congresso moveleiro da Fiep trouxe tudo sobre o setor para Curitiba. |
Desta forma, as indústrias estão tendo que ser criativas para conseguir suprir a demanda de mão de obra e continuar com o crescimento do setor. “Uma das opções encontradas pelos empresários é fazer o treinamento de profissionais dentro das próprias fábricas, mas é claro que essa não é a maneira ideal de ter empregados de qualidade, seria muito melhor se houvesse mais cursos para que tivéssemos mão de obra verdadeiramente qualificada”, comenta o presidente do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima), Nelson Poliseli. Bezeruska concorda e ainda completa que “a saída está na capacitação maior das empresas, investindo em tecnologia e em seus funcionários”.
Para Iaskio, esses investimentos têm que acontecer o quanto antes. “Muita gente está comprando imóveis na planta e há uma perspectiva de crescimento ainda maior para o setor moveleiro quando essas pessoas estiverem mudando para esses locais, havendo demanda tanto para móveis para as classes B e C, quanto para produtos de luxo”, explica.
Essa realidade também é observada por Poliseli. “Os novos programas do governo Federal aumentaram o poder aquisitivo de todos, inclusive das classes B e C”. Nesse sentido, o Paraná pelo menos está preparado para oferecer ambos os produtos, pois possui polos especializados em móveis sob medida, como em Curitiba, e móveis em série, como em Arapongas. Tais assuntos foram discutidos nesta semana, durante o 2.º Congresso Moveleiro Paranaense, promovido pela Fiep, em Curitiba.