A economia da zona do euro ainda precisa de um volume “muito substancial” de estímulos do Banco Central Europeu (BCE), uma vez que a inflação da região permanece muito baixa, afirmou hoje Yves Mersch, que integra o conselho executivo do BCE.
Investidores estão atentos a eventuais sinais de que o BCE pretenda começar a reverter seu agressivo programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês), num momento em que a recuperação econômica do bloco começa a ganhar força. O QE, pelo qual o BCE compra em torno de 60 bilhões de euros em ativos mensalmente, deverá acabar em dezembro.
Mersch, que falou durante evento em Cingapura, reconheceu a recente melhora econômica da zona do euro, com a avaliação de que a recuperação poderá ser mais forte do que se esperava.
“A ameaça da deflação se foi e forças reflacionárias estão em jogo”, disse Mersch, ecoando comentários feitos pelo presidente do BCE, Mario Draghi, em Portugal no mês passado. Na ocasião, o discurso de Draghi agitou os mercados financeiros globais, por ser interpretado como um ponto de inflexão no ciclo da política monetária do BCE.
Mersch, contudo, alertou que a zona do euro ainda enfrenta obstáculos relacionados à economia global e argumentou que não há sinais convincentes de aumento da inflação subjacente, que desconsidera os voláteis preços de energia e de alimentos. No mês passado, a inflação anual da zona do euro desacelerou para 1,3%, distanciando-se da meta do BCE, que é de uma taxa ligeiramente abaixo de 2%. Fonte: Dow Jones Newswires.