A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou ontem ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que a Europa irá superar a crise da dívida soberana e se recuperar. A declaração foi divulgada pelo porta-voz de Merkel, Steffen Seibert, em entrevista hoje à emissora alemã ARD.

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Merkel teve a conversa com Obama durante um jantar privado, na noite de ontem, em Washington, durante visita dela aos EUA. No jantar, Merkel afirmou que o continente europeu vai superar a crise da dívida e emergirá “mais forte, mais competitivo e mais sólido”, segundo seu porta-voz.

A visita é apresentada pelos dois governos como uma forma de reforçar uma parceria de trabalho, como informa o Wall Street Journal. Hoje, na Casa Branca, Merkel apresentará a Obama suas ações para lidar com a crise da dívida europeia, ainda uma importante preocupação, sobretudo nas economias da zona do euro da Grécia e de Portugal.

Os EUA e a Alemanha já demonstraram diferenças em importantes pontos de política econômica recentemente. O ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schauble, um aliado próximo de Merkel, disse que a ação de novembro do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de comprar mais US$ 600 bilhões em títulos para estimular a economia norte-americana poderia pressionar negativamente a economia global. Já o secretário de Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, visitou Schauble em maio em Berlim, para pedir que a Alemanha aja mais decisivamente para fortalecer os parceiros da zona do euro em dificuldade.

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Os dois líderes discutirão ainda duas missões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), na Líbia e no Afeganistão. A Alemanha se absteve na votação no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para impor uma zona de exclusão aérea na Líbia, enquanto os EUA defenderam a medida para evitar um massacre de civis. A missão da Otan segue realizando ataques aéreos no país do norte africano, porém o governo de Muamar Kadafi não caiu. Por outro lado, Berlim apoia a missão da Otan no Afeganistão, liderada pelos EUA. A Alemanha é a terceira nação que mais enviou soldados para a guerra afegã, bastante impopular entre os eleitores alemães.

Funcionários dos EUA disseram que os dois líderes também devem discutir as transições democráticas no Egito e na Tunísia, as preocupações em torno do Irã, o comércio bilateral e os esforços para estimular a economia, bem como os candidatos para o comando do Fundo Monetário Internacional (FMI). Ambos concederão uma entrevista conjunta a jornalistas ainda hoje, e mais tarde Obama receberá Merkel para um jantar de Estado. Merkel também será homenageada com a Medalha da Liberdade. As informações são da Dow Jones.

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