O Mercosul ficou em primeiro lugar, empatado com a China e a Índia, entre as regiões prioritárias para os exportadores europeus. No ranking por países, o Brasil ficou no quarto lugar, atrás apenas de China, Índia e Rússia. Estes resultados fazem parte de pesquisa promovida pela Comissão Européia em janeiro e fevereiro deste ano. O levantamento envolveu associações comercias dos países membros da União Européia, governos ou órgãos estatais, empresas e entidades da sociedade civil.
Para o item específico de quais regiões são prioritárias para os exportadores, a pesquisa obteve 26 respostas, sendo 19 de associações empresariais e o restante de empresas e entidades da sociedade civil. Desses, China, Índia e Mercosul foram apontados por 20 como prioritários. A Rússia foi indicada por mais de 15 participantes e o Brasil por mais de dez.
O conselheiro-chefe da Seção para Assuntos Comerciais da Comissão Européia no Brasil, Fabian Del Cros, apresentou esses resultados em evento promovido por cinco câmaras de comércio de países europeus com relações com o Brasil: francesa, britânica, italiana, alemã e portuguesa.
De acordo com a pesquisa, o que incomoda os exportadores europeus no Mercosul são as chamadas barreiras não-tarifárias. São questões de regulamentação, inclusive sanitária, "problemas fiscais, aduaneiros e de burocracia", informou Del Cros.
Acordo
De acordo com Del Cros, o acordo econômico entre União Européia e Mercosul provavelmente poderá ser fechado rapidamente a partir de setembro deste ano. "A partir de setembro, temos uma oportunidade concreta, do ponto de vista técnico, para fechar o acordo", afirmou.
As negociações do acordo bilateral dependem de uma definição do que será decidido na Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) porque às duas regiões interessa aprofundar o que vier a ser resolvido em Doha. No entanto, afirmou, mesmo se a Rodada multilateral fracassar, as negociações do acordo bilateral poderão avançar.
"Independente de sucesso ou fracasso na OMC, a partir do momento que tivermos claridade nas negociações multilaterais, provavelmente poderemos fechar rapidamente as negociações bilaterais", afirmou.