Após dezenove anos de negociações, o Mercosul está “praticamente fechando” um acordo comercial com a União Europeia e pretende fazer o mesmo em julho, em uma reunião com representantes da Aliança do Pacifico no México, afirmou nesta sexta-feira, 4, o presidente Michel Temer. Segundo o presidente, que discursou em um evento sobre “Riscos para Negócios Internacionais” na capital paulista, negociações comerciais ainda estão sendo tratadas com o Canadá e a Coreia do Sul.

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“Estamos resgatando a vocação do Mercosul para o livre mercado. Trabalhando com essa convicção de que a globalização irá criar conexões entre os vários blocos”, afirmou Temer, em seminário promovido pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

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O presidente ressaltou as realizações de seu governo, como o teto dos gastos e a melhora da relação entre com o Legislativo – que deixou de ser o “apêndice” do Executivo – e disse que elas estão melhorando a percepção do investidor nacional e estrangeiro em relação à segurança jurídica no Brasil. “Sem segurança jurídica, ninguém vai investir no País’, disse. “Os riscos não devem paralisar quem deseja empreender, devem servir de alerta.”

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Protestos

Do lado de fora do prédio da instituição, cartazes com a foto de Temer e a frase “tem que manter isso, viu”, citada por ele durante conversa gravada com o empresário Joesley Batista, estavam colados em postes.

Na quinta-feira, foi divulgada uma nota atribuída à direção da ESPM alertando aos alunos que protestos contra o presidente Michel Temer dentro da faculdade não seriam tolerados. A instituição informou, porém, que o texto foi editado ao ser divulgado nas redes sociais e que o comunicado interno mencionava apenas a alteração da rotina dentro da escola. “Em momento algum, a instituição restringe a liberdade de expressão de seus alunos ou de quem quer que seja”, diz nota de esclarecimento.

Temer abordou o incidente logo no início de seu discurso. Disse ser um “legalista” e que a liberdade de expressão e de imprensa são “fundamentais para o País”. “Fui constituinte e fizemos inscrever na Constituição que o Brasil é um Estado democrático de direito justamente para enfatizar a liberdade de expressão, que pontilha todo o texto constitucional”, disse.

Sobre o texto de 1988, o presidente notou ainda que ele contém “normas programáticas” como o direito à moradia e à alimentação, que são seguidos como objetivo pelos governo e que deram luz a programas como o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família, que hoje “atinge” 14 milhões de famílias, ou até 50 milhões de pessoas. “Nenhuma política pública pode agir para impedir o direito á alimentação ou à moradia. O Minha Casa e o Bolsa Família são programas que cumprem o texto constitucional”, ressaltou.