Mercosul e Comunidade Andina assinam protocolo

Buenos Aires (AE) – Representantes dos governos dos países do Mercosul e da Comunidade Andina (CAN) assinaram ontem, em Montevidéu, o protocolo do acordo de livre comércio entre os dois blocos. O acordo era esperado desde julho. No entanto, foi atrasado por causa de confrontos entre o Paraguai, Equador, Colômbia e Venezuela sobre a liberação do comércio da soja. Além disso, também existiam problemas entre o Uruguai e o Peru sobre uma série de produtos agrícolas. Mas, ontem, os governos desses países confirmaram que as divergência já estavam superadas. Desta forma, quase toda a América do Sul (com exceção da Guiana Francesa, Suriname e Guiana) deve se transformar em uma imensa área de livre circulação de mercadorias. O acordo cria um mercado conjunto de 361 milhões de potenciais consumidores, com um PIB conjunto de US$ 970 bilhões.

Para o Mercosul, surgem vantagens comerciais na região dos Andes, especialmente em produtos como soja, milho, açúcar, arroz, laticínios e bebidas, além de químicos, eletrodomésticos, produtos farmacêuticos e veículos. Segundo o Centro de Economia Internacional (CEI) de Buenos Aires, o acordo com os andinos abre para a Argentina um mercado de US$ 9,8 bilhões. Para o Brasil, o mercado potencial nos países andinos seria melhor ainda, chegando a US$ 12 bilhões.

Do outro lado da Cordilheira dos Andes, também existem fortes expectativas de aumentar o volume de negócios. No ano passado, o comércio entre a CAN e o Mercosul foi de US$ 5,34 bilhões. Esta relação foi superavitária para o Mercosul em US$ 2,85 bilhões.

O acordo, que começou a ser negociado em 1996, mas que teve um impulso mais intenso a partir do ano 2000, implicará que a partir do ano que vem o livre comércio seja adotado em etapas, entre os dois blocos sul-americanos. A liberação das mercadorias ocorrerá gradualmente, ao longo dos próximos 15 anos. Em uma primeira fase, de dez anos, seriam desmanteladas as tarifas aplicadas para 80% dos produtos comercializados entre os dois blocos. Nesta lista encontram-se frutas, produtos hortifrutícolas e vinhos. Na segunda fase, a ser completada em 15 anos, seriam liberados os 20% restantes, entre os quais automóveis e açúcar.

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