Ninguém quer

Mercados apresentam déficit de empregados

Embora ainda não seja um hábito do brasileiro, a Associação Paranaense de Supermercados (Apras) insiste em recomendar, especialmente neste ano, que os consumidores do Estado antecipem suas compras para o Natal.

O alerta não está relacionado a eventuais estratégias de ampliação nas vendas. O aviso visa resguardar a satisfação dos consumidores em encontrar os produtos previstos em suas listas de compras para os dias festivos.

Isso porque os dias 22, 23 e 24 de dezembro reservam muito tumulto, frustração e mais demora na fila a quem adentrar nos supermercados. Tais problemas são decorrentes da falta de mão-de-obra, principalmente em níveis operacionais, que afetou a rede supermercadista durante todo o ano de 2010.

Os supermercados tiveram que driblar uma defasagem variável de 4 mil vagas em aberto no Estado, das quais 2,5 mil correspondem a estabelecimentos de Curitiba e Região Metropolitana (RMC).

“A falta de profissionais não foi um problema apenas para os supermercados, toda a rede varejista teve que se desdobrar para lidar com isso”, analisa o vice-presidente da Apras, Valmor Rovaris.

Segundo ele, a carência de mão de obra nos níveis básicos -caixa, repositor e empacotador -vem impactando diretamente os salários. “Esses profissionais tiveram um ganho real neste ano de quase 20%”, aponta.

“Tem uma indústria que contrata repositores para ficarem em supermercados que está oferecendo R$ 1,1 mil de salário e, mesmo assim, não encontra um profissional disponível”, revela.

Alguns fatores agravam a carência de profissionais dispostos a trabalhar nas funções operacionais dos supermercados, sendo que a principal é o fato de trabalhar em finais de semana e feriado.

“A jornada de trabalho é comum a outros segmentos varejistas, com 44 horas semanais, uma folga por semana, sendo que a cada 15 dias, a folga é no domingo”, explica Rovaris. Para agravar ainda mais o quadro, os níveis mais básicos dos supermercados apresentam um grande turn over, em média, de 50% a 60% por ano. “Em 2010, além de não conseguirmos repor o pessoal que saiu, ainda temos as vagas temporárias que também não foram preenchidas”, conta.

Oportunidade

Rovaris chama atenção para o fato de que, na atualidade, é do varejo que se projetam grandes profissionais com altos salários. “O mundo precisa vender e quem entra em um supermercado, mesmo nas funções mais primárias, tem uma grande oportunidade de evoluir na carreira e nos ganhos. Uma pessoa dedicada que começa como caixa recebendo, em média, R$ 700, em menos de quatro anos pode chegar à gerência e ter um renda mensal entre R$ 3 mil e R$ 4 mil”, conta.

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