O clima de tranqüilidade voltou ao mercado financeiro, após as turbulências iniciadas na última sexta-feira. A correção do pessimismo instalado desde o final de julho foi motivada agora pela expectativa de uma possível aprovação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados.

Com a trégua na onda de especulações e boataria, o dólar comercial teve a maior queda, ontem, em dois meses. A moeda americana fechou em baixa de 1,59%, a R$ 3,022, interrompendo a seqüência de duas fortes altas (1,18% anteontem e 2,22% na sexta).

O dólar recuou o dia inteiro. Chegou a ser vendido a R$ 3,00, uma queda de 2,31%. Mas o mercado evitou negociar a divisa abaixo dessa barreira. O último fechamento abaixo desse patamar (R$ 2,969) foi na quinta-feira passada (31 de julho).

“A forte pressão cambial dos últimos dias nos pareceu exagerada. Avaliamos que a cotação do dólar recuará para cerca de R$ 3,00 na média de agosto, permitindo novo corte dos juros na reunião do Copom no dia 20”, afirmou relatório divulgado ontem pela LCA Consultores.

A calmaria foi puxada ainda pelo mercado internacional. Os C-Bonds, principais títulos da dívida externa brasileira, buscam uma recuperação dos valores, depois do tombo recente.

À tarde, os papéis registravam valorização de 1,80%, cotados a US$ 0,847. Mas ainda longe do seu melhor desempenho neste ano, acima de US$ 0,90.

O risco-Brasil, medido pelo banco americano JP Morgan, registrou queda de 6,6%, operando aos 837 pontos. Anteontem, no pior momento, chegou a superar 900 pontos.

Hoje a bolsa paulista também divulgou que os investidores estrangeiros deixaram R$ 513,458 milhões aplicados no mercado brasileiro em julho.

No acumulado de sete meses, o saldo está positivo em R$ 2,449 bilhões. Segundo a bolsa, esse é o maior saldo acumulado nos primeiros sete meses do ano desde 1999, quando o montante em igual período somou cerca de R$ 3,281 bilhões, influenciado pelos leilões de privatização.

Estrangeiros mantiveram investimentos

São Paulo (AG) – A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou julho com fluxo de recursos estrangeiros positivo em R$ 513,458 milhões. O saldo é resultado de compras de ações de R$ 3,144 bilhões e vendas no total de R$ 2,630 bilhões. No acumulado do ano, até o pregão do dia 31 de julho, o saldo está positivo em R$ 2,449 bilhões. É o maior saldo acumulado nos primeiros sete meses do ano desde 1999, quando o montante em igual período somou R$ 3,281 bilhões, influenciado por leilões de privatização.

Ao longo de julho, a Bovespa movimentou um volume de R$ 12,5 bilhões. A média de operações diária do mês foi de R$ 572,6 milhões e 33.131 negócios, ante a média anterior de R$ 781,9 milhões e 38.491 negócios. Do volume financeiro negociado em julho, 13,24% foram realizados no pregão viva voz e 86,76% no sistema eletrônico que contabiliza as operações feitas na Mega Bolsa e no Bovespa Fix. O mercado à vista respondeu por 88,25% do giro total do mês, seguido pelo de opções, com 8,46%, e pelo a termo, com 3,29%.

O Ibovespa, composto pelos 54 ativos de maior liquidez, subiu 4,6% no período, fechando o mês em 13.571,73 pontos. Já o IBX-50, formado pelas 50 ações mais negociadas na Bovespa ponderadas pelo valor de mercado da empresa, ganhou 8,4% em julho, a 1.811,17 pontos. O “after market” negociou R$ 26,14 milhões com 4.336 negócios, ante a média de junho que foi de R$ 34,06 milhões, em 5.120 negócios.

A fatia de participação do “homebroker” no resultado total da Bovespa em julho foi de 9,53% em relação à quantidade de negócios e de 2,45% no que se refere ao volume. O valor médio das operações teve redução de R$ 5.239,01, em junho, para R$ 4.857,48 em julho. Em igual base de comparação, o total de negócios realizados pelas 44 corretoras que atualmente oferecem o serviço passou de 149.093 para 136.806.

Separadas por grupos, as aplicações realizadas pelos investidores institucionais lideraram a movimentação mensal com 29,8%, ante 27,4% de junho. Em seguida, as pessoas físicas elevaram a participação de 24% para 25,8% consolidando a posição de vice-liderança e atingindo, pela primeira vez nos últimos dez anos, ¼ do volume total negociado no mês. Em terceiro, ficaram os estrangeiros, cuja fatia passou de 23,5%, em junho, para 23%, em julho, enquanto as instituições financeiras reduziram de 20,8% para 17,7%. Já as empresas caíram de 3,9% para 3,2% e outros passaram de 0,4% para 0,5%.

Em julho, as ações que apresentaram o maior volume financeiro de negócios foram: Telemar PN, com R$ 1,96 bilhão, Petrobras PN, com R$ 1,21 bilhão, Vale do Rio Doce PNA, R$ 553,93 milhões, Embratel Participações PN, R$ 431,43 milhões, e Itaubanco PN, R$ 420,03 milhões. Quanto às empresas, os maiores volumes no mercado à vista foram da Telemar (R$ 2,25 bilhões), Petrobras (R$ 1,62 bilhão), Vale do Rio Doce (R$ 834,71 milhões), Embratel Participações (R$ 500,65 milhões), e Itaubanco (R$ 422,47 milhões).

Entre as maiores altas do Ibovespa em julho figuraram as ações PNB da Aracruz (+24,5%), VCP PN (+24,5%), Vale do Rio Doce ON (+22,5%), Vale do Rio Doce PNA (+20,3%) e Usiminas PNA (+19,3%). Na outra ponta, os papéis PN da Acesita tiveram a menor lucratividade no mês (-10,2%), seguido por Brasil Telecom PN (-8,9%), Brasil Telecom Participações PN (-7%), Telesp PN (-6,6%) e Brasil Telecom Participações ON (-6,2%).

continua após a publicidade

continua após a publicidade