O dólar voltou a cair com força, ontem, fortalecendo apostas de que pode encostar em R$ 2,50 nas próximas semanas. A moeda norte-americana fechou em queda de 0,73%, vendida a R$ 2,563, menor valor desde junho de 2002. Relatório do banco JP Morgan cita que a divisa pode ficar em torno de R$ 2,55 no curto prazo.
Foi o quarto dia consecutivo em que a cotação encerrou abaixo do patamar de R$ 2,60. Nem um leilão de compra de divisas promovido pelo Banco Central impediu o segundo dia de baixa da moeda dos EUA.
A redução do risco Brasil e a alta dos juros favoreceram a valorização do real. Pela primeira vez desde o último dia 3 de janeiro, o risco Brasil ficou abaixo da marca dos 400 pontos, com queda de 3%, aos 391 pontos, refletindo os ganhos dos títulos da dívida.
Essa melhora dos indicadores ocorreu um dia após o anúncio da sexta alta consecutiva dos juros. A taxa foi elevada pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) em 0,50 ponto percentual, para 18,75% ao ano, como esperava a maior parte do mercado. É o maior juro desde novembro de 2003.
É a primeira vez na história que os juros são elevados por seis meses seguidos. Com o atual ciclo de aperto monetário, os investidores estrangeiros trazem cada vez mais dólares para o Brasil com o objetivo de comprar títulos que remuneram pela variação da taxa de juros.
Ou seja, é a busca por lucros maiores que motiva a entrada de recursos externos – o chamado capital especulativo. Vale lembrar que, no caso de qualquer sinal de crise ou de uma oportunidade de ganho maior em outro mercado, esse dinheiro pode fugir do País, prejudicando a economia.
Desde o ano passado, o BC tenta inibir a tendência de queda da moeda, comprando divisas em leilões e resgatando dívidas atreladas ao câmbio. Mas analistas dizem que essa ação é insuficiente, pois há um movimento mundial de desvalorização do dólar e um contínuo ingresso de recursos externos no País. Nem a derrota do PT na eleição da presidência da Câmara serviu para catapultar o dólar de volta ao patamar de R$ 2,60.
Bovespa crava recorde em pontos
As ações de telecomunicações disparam no pregão com boatos sobre possíveis fusões e aquisições no setor. Com isso, o Ibovespa (53 ações mais negociadas) subiu ontem 2,68%, fechando o dia cravando um novo recorde em pontos, com um total de 27.090 e movimento financeiro de R$ 2,097 bilhões.
Os investidores estrangeiros aceleram as compras de papéis das teles. Segundo o diretor de uma corretora paulista, o setor é a atual aposta de fortes ganhos no curto prazo no mercado paulista.
Nos EUA, o setor de telecomunicações vive uma onda de fusões e aquisições -que pode ter reflexos no Brasil, segundo um analista. Nesta semana, a Verizon anunciou a compra da MCI, antiga dona da brasileira Embratel. Nos últimos meses, o setor já havia vivido a fusão da Sprint com a Nextel e a compra da AT&T pela SBC.
Anteontem, as principais ações das teles registram forte valorização: Telemar PN (+3,6%), Embratel PN (+3,6%), Telesp Celular PN (+2,1%), Net PN (+4,3%), TIM PN (+2,6%) e Telemar ON (+5,1%).