O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (21) que o próprio mercado vai tratar de regular a taxa do dólar e quando a moeda americana parar de oscilar haverá mais tranqüilidade e os preços estarão mais ajustados. Lula afirmou que os Estados Unidos têm de resolver a crise imobiliária e ratificou que a economia do Brasil está mais sólida do que em qualquer outro momento.
"Aproveitamos a queda do dólar e fomos comprando a nossa dívida em moeda norte-americana, o que nos deu tranqüilidade porque quando vincularam a nossa dívida ao câmbio éramos os piores do mundo", disse Lula, durante a cerimônia de inauguração da usina de biodiesel do grupo Bertin, em Lins, no interior paulista.
Lula fez duras críticas aos que ele chamou de especuladores e que, de acordo com o presidente, "apostaram em títulos de terceira categoria" como se estivessem jogando em um cassino. Segundo o presidente, esses investidores foram para ganhar fácil e quebraram a cara e não é justo o povo brasileiro pagar por essa irresponsabilidade daqueles que quiseram ganhar dinheiro na agiotagem.
Dirigindo-se ao presidente do banco Bradesco, Márcio Cypriano, que acompanhou a cerimônia, Lula disse que as pessoas que aplicaram corretamente não perderam dinheiro e que "certamente o Bradesco não perdeu dinheiro na crise imobiliária".
Lula reafirmou que a política cambial é flutuante no Brasil e que não haverá, apesar de pedidos de exportadores e importadores entre outros, um dólar para o boi, um para a soja, um para a Nestlé e um para a cana-de-açúcar. Ele fez a afirmação dirigindo-se ao presidente da Nestlé, Ivan Zurita.
O presidente também voltou a dizer que não há mágica nem fará nenhuma loucura na economia brasileira. Lula almoça agora na Chácara Floresta, do Grupo Bertin e, em seguida, viajará para São José dos Campos, para participar de um evento na Embraer. Na visita a Lins, Lula está acompanhado dos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Miguel Jorge (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Reinhold Stephanes (Agricultura) e Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia).