Mercado reduz projeção do IPCA para este ano

As expectativas do mercado financeiro em relação à inflação continuam em queda. De acordo com a pesquisa semanal realizada pelo Banco Central entre cerca de 80 instituições, a inflação deste ano, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deverá ser de 10,81% – e não mais 11,02%, como estimado no levantamento anterior.

Também foram reduzidas as projeções para a variação do IPCA em julho (de 1,01% para 0,90%) e em 2004 (de 7% para 6,98%). Pelos dados apurados pelo BC, aumentou, entretanto, a estimativa do mercado para o IPCA dos próximos 12 meses, que passou de 6,75% na semana anterior para 7,16%. Essa alta, porém, é apontada por técnicos do BC como apenas um efeito estatístico, e não uma piora nas expectativas do mercado em relação ao comportamento da inflação.

Segundo os técnicos, as últimas projeções para o IPCA acumulado em 12 meses vinham sendo feitas tomando por base o período de junho de 2003 a maio de 2004. Com a divulgação do índice de junho, que registrou deflação de 0,15%, os analistas passaram a considerar o período de julho de 2003 a junho de 2004. “Trocaram um mês que registrou deflação (junho de 2003) por um outro (junho de 2004) em que a expectativa é de inflação”, explicou um dos técnicos.

O mercado reduziu também a estimativa para a variação dos preços administrados, que incluem as tarifas de telefonia e energia elétrica, entre outras. De acordo com o levantamento, esse conjunto de preços acumulará este ano uma alta de 14,60%, abaixo da última previsão, que era de 14,85%. Para 2004, a projeção foi reduzida de 9,16% para 9%.

Juros

Acompanhando as declarações feitas pelo ministro da Fazenda, Antônio Palocci, na semana passada, os analistas consultados pelo BC reduziram de 21% para 20,50% sua estimativa para a Selic de dezembro. Durante café da manhã com líderes do governo na Câmara, Palocci disse que a Selic deveria fechar 2003 entre 21% e 20%. Para 2004, a expectativa do mercado foi mantida em 16%.

A moderação das projeções de juros se repetiu nas estimativas para a taxa de câmbio: foram mantidas as projeções para o final de 2003 (dólar a R$ 3,20) e de 2004 (R$ 3,50). Os analistas mantiveram em 1,70% a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2003 e em 3% para 2004.

Houve piora, no entanto, na previsão do mercado para o ingresso de investimentos estrangeiros diretos. A estimativa para este ano recuou de US$ 10 bilhões para US$ 9,70 bilhões. Para 2004, foi mantida a projeção de uma entrada de US$ 13 bilhões.

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