O mercado financeiro reduziu a expectativa de inflação oficial para este ano. De acordo com as previsões da pesquisa semanal Focus, divulgada hoje pelo Banco Central, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2009 passou de 4,50% para 4,40%. Com a redução, a previsão dos analistas das instituições financeiras ficou abaixo do centro da meta de inflação para este ano, que é de 4,50%. Na mesma pesquisa, a estimativa para o IPCA em 2010 passou de 4,35% para 4,32%, também abaixo do centro da meta, que igualmente é de 4,5% no ano que vem. A meta tem margem de tolerância de dois pontos porcentuais, para cima ou para baixo.
A estimativa para a inflação de curto prazo ficou estável. Para agosto, a previsão para o IPCA se manteve em 0,30% e para setembro, em 0,25%. Na sexta-feira passada, o IBGE divulgou o índice de julho, que ficou em 0,24%. O dado do IPCA de agosto deve ser divulgado pelo IBGE no dia 10 de setembro.
PIB e juros
A estimativa para o desempenho da economia brasileira em 2009 teve leve melhora no relatório Focus desta semana. No levantamento realizado junto a instituições financeiras, a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano passou de um recuo de 0,38% para uma contração de 0,35%. Para 2010, a previsão para o PIB não foi alterada, projetando um crescimento de 3,60%. No mesmo levantamento, porém, a estimativa para a produção industrial em 2009 segue negativa, e teve uma piora, passando de uma queda de 6% para uma baixa de 7,31%. Para 2010, por outro lado, a projeção para o desempenho da indústria melhorou, ao ser elevada de 4,5% para um crescimento de 5%.
A pesquisa Focus manteve a previsão de que a taxa básica de juros (Selic) deve terminar o ano nos atuais 8,75% ao ano. Para o final de 2010, a projeção é de que a taxa Selic esteja em 9,25% ao ano. A relação entre a dívida pública e o PIB para este ano ficou em 41,5% e para 2010, em 40%.
Câmbio e contas externas
Analistas mantiveram a previsão para o patamar do dólar no fim do ano. O nível da moeda norte-americana no fim de 2009 está em R$ 1,90. Para o fim de 2010, a previsão caiu sete centavos, de R$ 1,97 para R$ 1,90. A previsão de câmbio médio no decorrer de 2009 caiu de R$ 2,04 para R$ 2,03. Na semana passada, o dólar comercial chegou a ser negociado a R$ 1,81, o valor mais baixo desde 22 de setembro de 2008, fechando a sexta-feira no nível de R$ 1,824.
O mercado financeiro também manteve as previsões para o déficit nas contas externas em 2009. A previsão para o déficit em conta corrente neste ano é de US$ 15 bilhões. Para 2010, a previsão de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos passou de US$ 22,05 bilhões para US$ 22 bilhões.
A previsão de superávit comercial em 2009 caiu de US$ 23,1 bilhões para US$ 23 bilhões. Para 2010, a estimativa para o saldo da balança comercial também caiu de US$ 19 bilhões para US$ 18 bilhões.
Analistas mantiveram a estimativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2009 em US$ 25 bilhões. Para 2010, a estimativa de IED subiu de US$ 27,1 bilhões para US$ 27,55 bilhões.