O comprometimento de Janet Yellen, indicada para comandar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), com a atual política monetária dos Estados Unidos mostrado ontem (14) em audiência no Senado agradou Wall Street, embora ela não tenha dado sinais de quando mudanças nessa estratégia podem ocorrer.

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A avaliação inicial dos economistas é que a possibilidade de reduzir o ritmo de compras de ativos em dezembro ainda existe, mas essa probabilidade pode ter ficado mais remota, sobretudo por Yellen frisar que novos indicadores econômicos precisam mostrar que a economia cresce de forma robusta e é capaz de sustentar o ritmo atual de criação de postos de trabalho. Além disso, ela enfatizou que os benefícios da estratégia de compras mensais de ativos ainda superam os custos, o que sinaliza que pode não ter chegado o momento de mudanças.

O economista do Bank of America Merrill Lynch, Ethan Harris, escreveu logo após o discurso que Yellen atendeu todas as expectativas e que só espera mudanças na política monetária em 2014, talvez em janeiro. “Vimos os comentários dela como apoiando a manutenção da política acomodatícia do Fed.” Sobre as mudanças da política monetária, Yellen disse que não há uma data fixada e destacou que, a cada reunião, os dirigentes do Fed param para avaliar a possibilidade de retirada dos estímulos, considerando as condições econômicas do momento. “O discurso atendeu às expectativas, embora ela não tenha fornecido nenhuma dica sobre a retirada dos estímulos”, afirma o economista-chefe do Deutsche Bank, Joseph LaVorgna.

Em suas declarações, Yellen frisou mais de uma vez que a política fiscal não tem contribuído para ajudar na recuperação econômica do país e tem tornado o trabalho do Fed mais difícil. Mesmo injetando US$ 85 bilhões todo mês no mercado financeiro, a nova dirigente avalia que os benefícios desta estratégia superam seus custos e que, apesar da melhora substancial do mercado de trabalho até agora, o nível ainda não o suficiente para justificar a retirada dos estímulos.

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Em determinado momento, Yellen foi questionada por um senador sobre por que o Fed não zera a taxa de juros que paga aos bancos pelo excesso de reservas, atualmente em 0,25% ao ano. Em sua resposta, ela não descartou essa possibilidade e disse que o Fed ainda não o fez porque teme efeitos negativos no mercado de dívida.

Repercussão

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A apresentação de Janet Yellen, indicada pelo presidente Barack Obama para comandar o Fed, foi entendida pelo mercado como um sinal claro de que tão cedo política monetária não muda, avalia a Eurasia, consultoria com sede em Washington. Após a sabatina de ontem (14), os economistas da casa acreditam que as chances de ela ser aprovada no Senado ficaram ainda maiores.

Para os economistas da Eurasia, Corey Boles e David Gordon, Yellen foi clara ao mostrar seu empenho em prosseguir com a atual política monetária dos EUA, sobretudo ao declarar que o país tem feito bom progresso em seu processo de recuperação econômica, mas ainda tem um caminho a percorrer para recuperar o terreno perdido na crise financeira mundial.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.