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Indicadores de inflação e juros apontam para queda contínua, segundo analistas. |
O mercado financeiro continua apostando no recuo dos juros e da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Pesquisa Focus divulgada ontem pelo Banco Central (BC) aponta que o Comitê de Política Monetária (Copom) vai reduzir em apenas 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, na sua próxima reunião, no final de agosto. A previsão para os juros foi mantida em 14,50%. Na semana passada, o Copom cortou a Selic em meio ponto, para 14,75% ao ano. A previsão para o IPCA de 2006 teve ligeira queda, passando de 3,77% para 3,76%.
O mercado também deixou inalteradas as projeções para a Selic no final deste e do próximo ano, em, respectivamente, 14,25% e 13% anuais. Para a média da taxa básica em 2006, a mediana das estimativas teve um ligeiro ajuste para baixo, passando de 15,34% para 15,31% ao ano. A expectativa para a Selic média em 2007 foi mantida em 13,70% ao ano.
Para o IPCA de julho, as projeções caíram de 0,24% para 0,20%, mas as instituições mantiveram em 0,34% a expectativa para o índice no final de agosto.
A estimativa de mercado para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para 2006 teve ligeira alta, passando de 2,31% para 2,33% Para 2007, a expectativa para o IPC-Fipe ficou inalterada em 4,28%.
Câmbio
O mercado deixou inalteradas todas as suas estimativas envolvendo a taxa de câmbio. De acordo com a pesquisa Focus, as apostas para a cotação do dólar no fim deste e do próximo mês foram mantidas, ambas, em R$ 2,20. Para o fim de 2006 e de 2007, as medianas das expectativas dos analistas permaneceram em, respectivamente, R$ 2,23 e R$ 2,35.
A projeção para a relação dívida líquida do setor público/PIB foi mantida em 50,50% para 2006, mas recuou de 49,20% para 49,15% em 2007.
Depois de reduzir, na semana passada, a expectativa para os preços administrados, o mercado revisou para cima a estimativa sobre esse indicador, que passou de 4,40% para 4,50%. Para 2007, a projeção continuou em 4,50%.
De acordo com a Focus, a projeção para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) teve leve recuo, passando de 3,63% para 3,61%. Já o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) oscilou para cima, de 3,74% para 3,76%.
O mercado manteve, ainda, em US$ 9 bilhões, a projeção para o superávit na conta de transações correntes do Balanço de Pagamentos. A manutenção ocorre pela 23.ª semana consecutiva. Para 2007, entretanto, a mediana das estimativas do mercado para este indicador subiu de superávit de US$ 4,05 bilhões para US$ 4,20 bilhões.
Nas previsões para a balança comercial, movimentos semelhantes. Para 2006, a estimativa permaneceu em superávit de US$ 40 bilhões enquanto para 2007 subiu de US$ 35,64 bilhões para US$ 35,72 bilhões. Mas o movimento mais forte nas projeções para o setor externo ocorreu na estimativa de ingressos de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2006, que caiu de US$ 15,40 bilhões para US$ 15 bilhões. Para 2007, as apostas para este indicador continuaram em US$ 16 bilhões.